A Câmara de Belém deu triste exemplo ao aprovar o aumento da alíquota previdenciária dos servidores municipais, ontem, 27, barrando com truculência as pessoas que queriam assistir à sessão. O presidente, vereador John Wayne (MDB), fez jus ao nome e por pouco não protagonizou um faroeste caboclo. Por sua vez, a vereadora Sílvia Letícia (PSol) incendiou os ânimos e sobrou para o servidor Alberto Silva, que, cumprindo ordens de Wayne para impedir a entrada dos manifestantes, no meio da confusão caiu e bateu a cabeça. Socorrido pelo destacamento do Corpo de Bombeiros Militar na Alepa, ele foi levado ao hospital, fez exames e felizmente já está em casa, passando bem.
Vale acentuar que o bafafá pôs em risco a integridade física dos servidores e da sede da Alepa, que a Câmara pediu para usar durante um ano, enquanto seu prédio está sendo reformado, mas já passaram dois anos e a obra da Câmara nem está perto do fim. O auditório João Batista foi recentemente reformado e equipado pelo presidente da Alepa, deputado Chicão, e tem enorme importância histórica. Ali, entre outras memórias do povo parauara, foi promulgada a Constituição do Pará de 1989.
O Projeto de Lei Complementar n° 1426/2020, que reajusta de 11% para 14% o desconto previdenciário do servidor público municipal de Belém vinculado ao regime próprio da previdência social, foi enviado à Câmara de Belém no dia 23 de novembro de 2020 pelo então prefeito Zenaldo Coutinho, em razão da Reforma da Previdência feita pelo presidente Michel Temer em 2016, desencavado por John Wayne e aprovado pela maioria dos 19 vereadores presentes.
E a treta ainda está longe de terminar. Nos últimos quatros anos, o prefeito Edmilson Rodrigues rejeitou essa pauta e já anunciou que não irá sancionar o projeto, o que aponta duas alternativas: John Wayne assume o ônus e promulga a lei, ou a batata quente cairá no colo do próximo prefeito, Igor Normando, que nada tem a ver com o rolo.
Assistam aos vídeos do tumulto.
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