Vejam só mais este causo verídico que entra para o folclore jurídico. Em sessão do Colégio de Procuradores de Justiça na segunda-feira, 27, o Procurador-Geral do Maranhão, Danilo José de Castro Ferreira, discutia a aprovação de uma resolução, quando proferiu esta pérola: “_É aquela velha história: depois que você vai para o Conselho Nacional de Justiça, aí você perdeu o controle da coisa. Porque o relator conselheiro é como se fosse um juiz. Cabeça de juiz, dianteira de padre e traseira de burro não são confiáveis. Vamos aguardar e, se Deus quiser, eu tenho plena convicção de que está tudo certo. Mas vamos aguardar.”
A Associação dos Magistrados do Maranhão, que congrega 427 associados, reagiu com veemência, repudiando o PGJ. “Qual propósito há em tecer tal esdrúxula referência negativa à independência e ao livre convencimento motivado da magistratura, elementos essenciais ao pleno exercício da atividade judicante? Comentários públicos genéricos, impróprios e desabonadores às interpretações proferidas no âmbito da atuação jurisdicional são incompatíveis com a liturgia e a honorabilidade intrínsecas às instituições do Sistema de Justiça.” Para a AMMA, as “declarações reproduzem um viés implícito discriminatório, que não pode mais ser tolerado em uma sociedade cidadã e civilizada, principalmente se emanadas por representante do MP”.
No Instagram do MPMA, uma nota tentou minimizar os estragos. O PGJ disse que “jamais pretendeu causar qualquer atrito entre as respeitadas instituições republicanas”. E para afastar qualquer espécie de mal-estar, pediu “escusas para o caso de involuntariamente ter passado qualquer impressão negativa, pois, na verdade, quis expressar apenas que os juízes são independentes e imparciais e que suas decisões, naturalmente, com base nesses princípios, são imprevisíveis, como de fato devem ser.”
Então ficamos combinados assim.
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