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A Companhia Teatral Nós Outros estreia em maio o espetáculo “Batista”, de Carlos Correia Santos, com Hudson Andrade. A montagem celebra os 230 anos de um dos mais importantes líderes revolucionários do Brasil: o Cônego Batista Campos, mentor da Cabanagem, um dos mais significativos episódios politico-culturais da América Latina. A produção do espetáculo decidiu fazer as fotos oficiais de divulgação da peça nas Ruínas do Murutucu, relevante sítio histórico tombado pela União. O local, além de ter as marcas arquitetônicas do famoso italiano Landi, foi um dos principais acampamentos dos cabanos. De lá, os revoltosos marcharam em 1835 para tomar o poder da capital do Grão Pará, numa ação sem precedentes para a História do Brasil: o povo tomando o poder e decidindo seus rumos. Durante a pré-produção do ensaio fotográfico, o grupo constatou o estado lastimável, vergonhoso e imperdoável do sítio e surgiu assim o projeto “Ruínas da Memória”. Em todas as sessões da montagem, serão coletadas assinaturas para uma petição pública destinada a exigir providencias para que as Ruínas do Murutucu sejam revitalizadas, preservadas e divulgadas. O engenho do Murutucu era propriedade da família Rodrigues Martins, e ficou conhecido pela crueldade com que eram tratados os escravos. A capela foi projetada por Antonio Landi, que nela imprimiu seu estilo. Ali foi realizado o casamento da filha do arquiteto, nora do dono. As ruínas incluem uma casa de engenho, uma roda d’água, o barracão para negros, uma casa de moradia e todos os apetrechos para a produção de melado e rapadura. Confiram a peça no Sesc Boulevard, dias 10, 11, 17, 18, 24 e 25 de maio, sempre às 20h30. A entrada é gratuita.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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