A crise está feia. Hoje de manhã, na linda e abandonada Praça da República, em Belém do Pará, entre coretos, calçadas e bancos quebrados, pichados e fétidos, todo mundo vendia mas ninguém comprava. Pessoas visivelmente de classe média portavam sacolas ou tabuleiros pendurados ao pescoço oferecendo bolinhos e docinhos caseiros. Lá pelo meio dia, um senhorzinho não aguentou o sol escaldante e a falta de compradores de água e desabafou, em alto e bom som, olhando nos olhos da provável clientela: ” _ Mas vocês não têm sede?! Será possível?! Comprem água!”
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