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Durante duas horas, Dom José Luiz Azcona discorreu sobre a situação medonha vivenciada no Marajó, tragado pela miséria, narcotráfico, pedofilia e exploração sexual infanto-juvenil.
O relato do bispo na CPI da Pedofilia é de doer no fundo d’alma.
Como ele mesmo disse, é de chorar, é de gritar, de clamar aos Céus.
Para vocês terem idéia da gravidade, as estatísticas do Pró-Paz e do Cedeca, que ele revelou, incluem bebês de 0 a 2 anos!
E o pior é que essa tragédia assola o Pará inteiro, e autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário, nas esferas municipal e estadual, estão comprometidas – no mínimo, por serem omissas, denunciou o sacerdote, que entregou documentos com nomes de políticos e empresários envolvidos em uma infinidade de casos – tidos como rotineiros (!) de pedofilia, exploração, prostituição e tráfico de crianças e adolescentes, muitas vezes em troca de um quilo de carne ou um litro de óleo, estupradas e engravidadas por pais e avós, ou por padrastos, com o consentimento da mãe!
Dom Azcona – que está marcado para morrer porque optou por defender as crianças e jovens explorados – concluiu seu emocionante depoimento exortando os membros da CPI a não deixar tudo acabar em pizza, a exemplo de tantas outras, lembrando ainda que já entregou essas mesmas denúncias à OAB-PA e ao Ministério Público, que nada fizeram além de dar entrevistas.
Não podemos aceitar esse horror. Precisamos gritar, sim, exigir de nossos representantes que ajam, com rapidez e eficácia. Urge que a sociedade paraense saia do mutismo e da imobilidade. Que não permita mais tanta impunidade, tanta desgraça. Pensem nos seus filhos e filhas. Não dá mais para fechar os olhos e virar o rosto para tamanha atrocidade.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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