Com a saída de cena do ministro Joaquim Barbosa do STF, surge um novo personagem, digamos, polêmico, em evidência no Judiciário nacional: o desembargador Bernardo Garcez, novo presidente do TRE-RJ. Para começo de conversa, diz logo que “não tenho chifre e nem rabo”. Sem mais delongas. Não dá entrevistas, não gosta de fotos, não vai a festas, ninguém sabe de sua vida particular, só que gosta de armas e caçadas. Nas sessões, proíbe o acesso de assessores dos demais magistrados, e até o consumo de café ou alimentos. Há desembargador famélico levando saco de biscoitos no bolso e dando uma mordida na hora em que o presidente se distrai.
Tem 65 anos, mas é brigão e chega às vias de fato. Em 2004, ao encontrá-lo na fila do posto do Banerj do Fórum do Rio, o então juiz Gabriel Zérifo perguntou se era verdade que Garcez falava mal a seu respeito. Pra que! A resposta foi um soco e uma cabeçada certeira, que quebrou o nariz de Zérifo. Por causa disso foi condenado pelo STJ a pagar uma indenização de R$ 120 mil por danos morais.
Garcez só permite o uso do elevador privativo do tribunal por desembargador, é admirador do general Francisco Franco, e em março deste ano cancelou ato organizado pela Escola Judiciária Eleitoral sobre os 50 anos do golpe militar, alegando que a Justiça não podia assumir um lado da História, no que ficou conhecido como o “AI-5” do TRE-RJ.
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