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FOTO: AGÊNCIA PARÁ
Começou a XVIII Feira Pan-Amazônica do Livro, no Hangar Convenções e Feiras da Amazônia, que prossegue até o dia 8 de junho, de 10h às 22h. Ontem, a principal atração da noite, além dos 221 estandes, foi a apresentação da Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, regida pelo maestro Miguel Campos Neto, que executou um trecho da suíte sinfônica Sheherazade, de Rimsky-Korsakov. A peça é uma das mais célebres composições clássicas inspirada na cultura do oriente, e foi escolhida para aludir ao país homenageado nesta edição, o Qatar.
A apresentação contou com a participação do Coro Infanto-Juvenil Vale Música, com 100 vozes, que cantou o “Hino da Esperança”, do multi-instrumentista e maestro Luiz Pardal, e um arranjo sinfônico-coral de Agostinho Fonseca Jr., pianista e maestro adjunto da OSTP, para a canção “Minha Terra”, de Waldemar Henrique.
A governadora em exercício, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento, abriu oficialmente o evento, acompanhada pelo secretário de Estado de Cultura, Paulo Chaves Fernandes, e convidados especiais Mohamed Al Kayki, embaixador do Qatar, e Rafah Barakat, coordenadora do Projeto Qatar Brasil 2014 e representante do Qatar Museums Authority (QMA). 

No estande da Seduc, no salão principal, dentre as atrações estão os projetos ligados à literatura e ao incentivo à leitura, como o Contação de História, Declamação de Poesias e a Caravana da Leitura. O Movimento de Contadores de História da Amazônia, vai apresentar os seus trabalhos hoje, amanhã e também na segunda, sexta, sábado e domingo (8) da próxima semana, no período da tarde. O grupo Cirandeiros, coordenado pelos escritores paraenses Juraci Siqueira e Sônia Santos, vai se apresentar amanhã, de 16h às 17h. Também haverá declamação de poesia amanhã, de 12 às 13h. Os declamadores receberão um brinde literário pela sua participação e como incentivo à leitura. 

O projeto Caravana da Leitura, da Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, levará para a feira o ônibus-biblioteca, que ficará no estacionamento do Hangar, no período de 5 a 8 de junho, no horário da tarde. As pessoas que forem visitar o estande da Seduc terão acesso à biblioteca móvel e poderão ler e fazer suas pesquisas no ônibus. 

Será lançado na feira um resgate dos instrumentos musicais produzidos pelos indígenas da Amazônia brasileira. Trata-se do livro “Instrumentos Musicais Indígenas: a arte e a Coleção Etnográfica Curt Nimuendaju do Museu Paraense Emílio Goeldi”, realizado em parceria entre a Fundação Carlos Gomes, o Museu Paraense Emílio Goeldi e a Imprensa Oficial do Estado. De autoria dos pesquisadores Edir Lobato Duarte e Maria das Graças Santana da Silva, a sessão de autógrafos será na segunda-feira, 2, às 19h, no estande da IOEPA.
O livro apresenta uma seleção de 36 instrumentos musicais de diversos povos indígenas da Amazônia, e revela que os primeiros estudos sobre música brasileira remontam a relatos de viajantes naturalistas e etnógrafos como Spix e Martius, Alfred Russel Wallace, Theodor Koch-Grünberg e Curt Nimuendaju, durante os séculos XIX e XX. Nessa época, foram constituídos os primeiros arquivos fonográficos, como os de Berlim, por exemplo. No Brasil, instituições dessa natureza também se formaram, a exemplo do Museu Goeldi.
O livro descreve instrumentos como os maracás, das etnias Tukano e Tiriyó; a buzina de taboca das etnias Urubu Kator e Munduruku; o chocalho de casco da etnia Machacai; a Flauta de Taboca da etnia Aruá; e a flauta de osso, de etnia não identificada, entre outros. Curt Nimuendaju foi o primeiro a organizar a coleção etnográfica do MPEG em um catálogo, em 1921.
Os instrumentos foram classificados em aerófonos, que dependem da interferência do ar; aerófonos livres, em que o som é produzido em contato direto com o ar; idiófonos, instrumentos de percussão; e cordófonos, instrumentos de corda. Alguns deles têm nomes bem curiosos, como ocarina de cabaça, pião sonante, tubo de imbaúba, buzina de barro, instrumento de casco de jabuti, tambor de carapaça de tracajá, flauta de osso de veado, buzina de envira, flauta tocada pelo nariz e apito de unha de caranguejos. O superintendente da FCG, Paulo José Campos de Melo, destaca que, c
om publicações dessa natureza, é aberto um leque de oportunidades para os pesquisadores da região, valorizando o ensino da música, permitindo que os autores regionais tenham um maior conhecimento sobre a produção artística, acadêmica e científica na área musical na Amazônia. Sem dúvida, o rico e complexo universo da Coleção Etnográfica Curt Nimuendaju do Museu Emílio Goeldi abre diversas perspectivas de ação no campo da pesquisa e nas atividades de curadoria, no que respeita à conservação, estudo e divulgação do patrimônio cultural dos diversos povos indígenas e populações tradicionais da Amazônia. 

E nesta segunda-feira, 2, às 19h, os alunos da Fundação Curro Velho participam da Mostra de Artes Cênicas que integra a programação da feira. Serão apresentados trabalhos de alunos “Crias” premiados na Mostra Cobra Criada Max Martins. Também está programada para o próximo dia 7 uma apresentação especial no Teatro Estação Gasômetro, no Parque da Residência, com espetáculos de teatro. Um deles é o monólogo “De pernas para o ar e com os pés no chão”, do aluno/ator Thiago Lima. Nele quem conta a história é o clown (palhaço) de nome Pock, que depois vai se desmontando, enquanto recita ‘O Menestrel’ de William Shakespeare”.

Não deixem de visitar, lógico, o estande dos escritores paraenses, que está recheado de novidades, e de relançamentos de edições esgotadas, como é o caso do Dicionário Papa-Chibé, do comendador Raymundo Mário Sobral, que autografa a 5ª edição reunindo os verbetes de todas as 4 anteriores, nesta quarta-feira.

Confiram a programação completa aqui . E aproveitem!
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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