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A campanha eleitoral envolve cifras estupendas. Corre à boca pequena nos arraiais políticos que há candidato a deputado estadual gastando R$10 milhões para se eleger. Naturalmente, esses valores não estão declarados ao TRE-PA, muito menos suas origens. Cá para nós e o povo que acompanha o Círio de Nazaré, quem tem tanto dinheiro assim disponível para jogar fora, por que será que quer tanto um mandato? Mistério sempre há de pintar por aí…

O horário eleitoral gratuito é de dar medo. Uma verdadeira sessão de tortura. Como acreditar em cidadania ante o desfile de candidatos nitidamente despreparados, alguns ingenuamente manipulados pelos partidos para garantir o preenchimento de requisitos e outros astutamente de olho no público para garantir o privado?

As pesquisas eleitorais para os mandatos proporcionais, aliás, são uma tremenda furada. É que as amostras não representam a realidade, quando sabemos que há redutos de candidatos em que a votação maciça pode desfigurar completamente o cenário desenhado nesses levantamentos. Em um Estado continental como o Pará, então…


Não
sei por que lembrei de Fernando Pessoa:
Os
homens dividem-se, na vida prática, em três categorias – os que nasceram para
mandar, os que nasceram para obedecer, e os que não nasceram nem para uma coisa
nem para outra. Estes últimos julgam sempre que nasceram para mandar; julgam-no
mesmo mais frequentemente que os que efetivamente nasceram para o mando.
A
característica principal do homem que nasceu para mandar é que sabe mandar em
si mesmo. A característica distintiva do homem que nasceu para obedecer é que
sabe mandar só nos outros, sabendo obedecer também. O homem que não nasceu nem
para uma coisa nem para outra distingue-se por saber mandar nos outros mas não
saber obedecer.

O
homem que nasceu para mandar é o homem que impõe deveres a si mesmo. O homem
que nasceu para obedecer é incapaz de se impor deveres, mas é capaz de executar
os deveres que lhe são impostos (seja por superiores, seja por fórmulas
sociais), e de transmitir aos outros a sua obediência; manda, não porque mande,
mas porque é um transmissor de obediência. O homem que não nasceu nem para
mandar nem para obedecer sabe só mandar, mas como nem manda por índole nem por
transmissão de obediência, só é obedecido por qualquer circunstância externa –
o cargo que exerce, a posição social que ocupa, a fortuna que tem..
.” (in “Teoria
e Prática do Comércio”).
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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