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A AHIMOR – Administração das Hidrovias da Amazônia Oriental – chegou a tal ponto de inoperância que é intenção do Ministério dos Transportes encerrar o convênio que vinculou todas as administrações hidroviárias do País à Cia. Docas do Maranhão, voltar com elas à sua órbita e – acreditem, reduzi-las a mero departamento dos escritórios estaduais do Dnit, que é eminentemente rodoviário.
Ou seja, o Pará, que não tem rodovias – 99% delas estão destruídas ou sempre foram intrafegáveis, como a Transamazônica e a Santarém/Cuiabá – e justamente agora que as eclusas vão finalmente ser concluídas, depois de quase 30 anos, leva mais um golpe, no auge da luta para corrigir a histórica distorção dos modais e tirar do papel os projetos das hidrovias do Tapajós/Teles Pires/Juruena, Tocantins/Araguaia, Guamá/Capim e Marajó – querem fazer da AHIMOR um apêndice do órgão rodoviário que, aliás, também é inoperante.
É mais uma guinada na contramão da História, golpeando de morte uma região onde os rios são as estradas naturais e a maioria absoluta da população é embarcada como gado, em pranchas, sem o mínimo respeito à dignidade humana, sem falar nos prejuízos ambientais, ao trânsito e à vida das pessoas, com o aumento das carretas trafegando no centro da cidade em direção ao porto. Será possível que ninguém vai fazer algo para evitar tamanha aberração?
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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