Publicado em: 21 de junho de 2025
O Global Gender Gap Report 2025, divulgado esta semana pelo Fórum Econômico Mundial, que monitora a evolução da igualdade desde 2006, aponta que o mundo ainda vai demorar mais 123 anos para alcançar a paridade total de gênero, apesar dos discursos de avanços.
O Brasil aparece com paridade geral de 72% em 2025, caiu duas posições no ranking global desde 2024, quando estava em 70º lugar. O relatório mostra que na saúde e sobrevivência, o país caiu da 1ª para a 28ª posição, com índice passando de 98% para 97,7%. A igualdade econômica também teve recuo, de 66,7% para 66,2%, e a posição caiu do 88º para o 96º lugar. Em cargos de liderança sênior, a participação feminina diminuiu de 66,1% para 65%.
A equidade salarial segue preocupante, com apenas 53,4% e o Brasil na 118ª posição. A participação feminina na força de trabalho se manteve em 72,6%, ainda 4,5 pontos abaixo do melhor desempenho do país, registrado em 2021 (77,2%).
Na política, houve um pequeno avanço: Brasil melhorou de 74º para 70º lugar e seu índice subiu de 22% para 24% — porém, ainda está abaixo dos 26,3% de 2023.
A Islândia segue liderando pelo 16º ano consecutivo, única economia com mais de 90% de paridade (92,6%). Todos os países do top 10 fecharam mais de 80% do gap de gênero.
- Islândia — 92,6%
- Finlândia — 87,9%
- Noruega — 86,3%
- Reino Unido — 83,8%
- Nova Zelândia — 82,7%
- Suécia — 81,7%
- República da Moldávia — 81,3%
- Namíbia — 81,1%
- Alemanha — 80,3%
- Irlanda — 80,1%
Espanha (12ª, 79,7%) e Nicarágua (18ª, 78,3%) saíram do top 10, enquanto Reino Unido e Moldávia subiram 10 e 6 posições, respectivamente, para entrar no grupo.
América Latina e Caribe registraram o maior avanço desde 2006: salto de 8,6 pontos percentuais, atingindo 74,5% de paridade geral. A equidade econômica chegou a 65,6%, impulsionada pela participação na força de trabalho e cargos profissionais, e a região obteve a segunda maior pontuação em empoderamento político (35,0%).
O Índice Global de Disparidade de Gênero acompanha, desde 2006, a paridade em quatro dimensões: participação econômica, política, educação e saúde. A nota, numa escala de 0 a 100, indica o percentual da lacuna de gênero que já foi fechada.
Foto: Getty Images
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