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O Brasil é um dos países mais violentos do mundo
para os jornalistas. 70% das mortes permanecem impunes. A vida aqui vale pouco,
muito pouco.
A polícia acaba de desvendar o assassinato do
jornalista e radialista Francisco Gomes de Medeiros, 48, a tiros, no dia 18 de
outubro de 2010, em Caicó, a 282 Km de Natal(RN).

O crime foi encomendado por quatro facínoras, que fizeram uma vaquinha para pagar R$ 8 mil a um
pistoleiro: o comerciante Lailson Lopes, o pastor da Primeira Igreja Batista
Gilson Neudo Soares do Amaral (que usou R$ 1 mil do dízimo na coleta assassina),
o coronel Marcos Antonio de Jesus Moreira (que deu cinco cheques) e o policial
militar Evandro Medeiros (que ajudou o pistoleiro a se desfazer da arma e a
fugir da cidade). O advogado Rivaldo Dantas de Farias articulou o plano e
arrecadou o dinheiro. João Francisco dos Santos, o “Dão”, o matador, era
motorista do advogado. O motivo? Os mandantes não gostavam do atuante jornalista,
que fazia denúncias constantes contra envolvidos em irregularidades, publicadas
em seu blog pessoal e veiculadas em emissoras de rádio. Só por isso. Simples
assim.

O pastor queria matar todos da emissora em que o radialista trabalhava. A
equipe tomava o café da manhã diariamente enviado por uma padaria. O plano era enviar
bolos, pães e sucos envenenados. O plano foi descartado porque o restante do
grupo – vejam só – discordou da ideia.
O acerto: o executor receberia R$ 3 mil para fugir,
pagos pelo pastor, e mais R$ 5 mil pagos pelo coronel Moreira e Lailson,
repassados por Rivaldo.
F. Gomes foi alvejado
na calçada de sua casa. O pistoleiro chegou numa moto. Socorrido no Hospital
Regional de Mossoró, não resistiu aos ferimentos e morreu. Deixou viúva e três
filhos.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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