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Abriu ontem (30) no Centro Cultural da Justiça Eleitoral do Pará a exposição “Místicos e Bárbaros: Cor, Sabor e Fé”, alusiva aos cem anos da Semana de Arte Moderna Brasileira. A mostra integra o projeto museográfico do Tribunal Regional Eleitoral do Pará, conta com a parceria do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, segue até o dia 19 de dezembro e depois retorna em janeiro. A visitação é gratuita, de segunda a sábado, das 8h às 15h e domingos das 9h às 13h. Neste domingo, 4, o Centro Cultural vai funcionar, dentro da programação do Projeto Circular.

São 49 obras, pinturas, esculturas e objetos modernos e contemporâneos de Francisco Estrada (do século XIX), Osmar Pinheiro, Valdir Sarubi, Luiz Braga, Leônidas Monte, Arthur Frazão, João Pinto, Acácio Sobral, Tadeu Lobato, Berna Reale, Walda Marques, Marinaldo Santos, Dina Oliveira, José Fernandes, Simões, Rosângela Brito, Nina Matos, Paolo Ricci, Geraldo Teixeira, Petchó Silveira e Pepê Conduru), que pertencem a acervos particulares de advogados, juristas e membros do Poder Judiciário paraense, como a presidente do TRE do Pará, desembargadora Luzia Nadja Guimarães Nascimento e seu esposo, o procurador de Justiça Corregedor-Geral do Ministério Público do Pará, Manoel Santino Nascimento; o procurador Regional da República, José Augusto Potiguar, e sua esposa Yeda Potiguar; e do escritório Silveira Athias Advogados, com coleções pessoais de Jorge Alex Athias; Afonso Lobato e Viviane Lobato Sobral.

A curadoria é do professor doutor Aldrin de Moura Figueiredo, diretor de Museu do IHGP, que sugeriu o nome da exposição, baseado no livro “Místicos e Bárbaros” do poeta e dramaturgo paraense Antônio Tavernard. “Nesta exposição, tomamos o título do poeta Antônio Tavernard para refletir sobre uma modernidade expandida na arte brasileira, entre o século XIX e a contemporaneidade. Esta seleção de obras provenientes de acervos de galerias privadas nos levam a refletir sobre os modos de interseção da arte com o ethos local naquilo que temos de mais universal – o corpo e suas expressões antropofágicas: o sabor do alimento e o alimento da fé”, conta Aldrin Figueiredo, que já realizou curadorias e consultorias em diversos projetos com instituições brasileiras e estrangeiras, estágio avançado em história da arte no Museu de América (Madri, Espanha) e intercâmbios de pesquisa em vários museus europeus. Foi diretor do Centro de Memória da Amazônia, é membro do Conselho Editorial do Senado Federal e pesquisador vinculado à Cátedra João Lúcio de Azevedo (Instituto Camões e UFPA). Coordena o Grupo de Pesquisa em História Social da Arte (UFPA/CNPq) e é professor do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia da Universidade Federal do Pará. Especialista em Antropologia Social, mestre e doutor em História, dedica-se ao estudo das artes plásticas e literárias na Amazônia nos séculos XIX e XX, patrimônio histórico e história social da intelectualidade na Amazônica (séculos XVIII-XX) e desenvolve atualmente projeto de pesquisa sobre as relações entre cor, racismo e colecionismo artístico na Amazônia entre os séculos XIX e XX.

A linha curatorial segue o modernismo em três eixos: corpo, sabor e fé. “Na Amazônia, o corpo está no barro, na madeira, na água, formas sensoriais e antropomórficas da relação humano-animal, no monstruoso e no bestial, na ancestralidade e no mais íntimo do ser. Das naturezas-mortas do século XIX às vasilhas indígenas apropriadas pela arte decorativa do modernismo, temos uma inflexão sobre o peso do alimento, a falta dele, os sentidos simbólicos e, fundamentalmente, aquilo que nos aproxima e nos torna únicos. Sobre a fé, não se trata apenas do credo e da crença, da doutrina e do dogma, mas da religião como campo simbólico da cultura”, salienta Aldrin.

A equipe responsável pela exposição é composta pelos servidores integrantes da Assessoria Especial de Gestão da Memória, Cultura e Biblioteca e do Grupo Gestor do Centro Cultural da Justiça Eleitoral do Pará e teve apoio do historiador Luis Augusto Barbosa Quaresma.

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