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A crise moral que assola o Brasil mostra mais uma faceta: Élida Souza Matos registrou BO na polícia, ontem, de agressão praticada pelo seu marido, Admar Gonzaga, que é – vejam só! – ministro do Tribunal Superior Eleitoral, onde julga a conduta dos outros. Seguindo um script vergonhoso, logo ela fez retratação. O advogado do marido, que é ninguém menos que Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, um dos criminalistas mais famosos do País, justificou o ato dizendo que foi “no calor do desentendimento”. Só que a Lei Maria da Penha não mais admite o arquivamento pela mera retratação, até porque é notória a situação de ameaça e pressão extrema em cima das mulheres que denunciam seus agressores. O Ministério Público será ouvido e forçosamente haverá audiência judicial. Como o ministro do TSE tem foro privilegiado, só pode ser processado no Supremo Tribunal Federal. Será interessante saber como a ministra Cármen Lúcia, a quem foi atribuído o feito, se manifestará. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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