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A CPI que apura o tráfico humano no Pará realiza em Marabá, nesta quinta e sexta, na Câmara Municipal, audiências públicas para apurar o crime, inclusive com exploração de mão de obra em condições análogas ao trabalho escravo e de jovens atletas de futebol.
Já foram ouvidas em depoimento 43 pessoas, 24 sigilosamente e 19 em audiências públicas, entre elas o professor. Armando Zurita Leão – Coordenador do Instituto de Divulgação da Amazônia, estudioso sobre o tráfico internacional de profissionais do sexo -; as mães de duas jovens traficadas para a Espanha e Portugal; Carlos Alberto Mancha, diretor das categorias de base do Paysandu; e Roberto Macedo Júnior, agente credenciado pela Fifa no Pará, além dos empresários paulistas Marcos Vinícius Cardoso e Daiane Flávia Silva, o dono do Clube Vila Rica Marajó, Sérgio Araújo Nascimento, e o travesti Biane, Edson dos Santos Carneiro. 
O tráfico humano movimenta mais de US$ 12 bilhões por ano, segundo dados da ONU. A atividade compete apenas com o tráfico de armas. É comprovadamente a segunda prática criminosa mais lucrativa do mundo.      Em 2008, cerca de 500 mil pessoas foram vítimas do tráfico humano na Europa. Desse total, 75 mil eram de brasileiros. Na maioria, jovens e mulheres, afrodescendentes com baixa escolaridade e desempregados, atraídos por promessas de bons empregos e uma vida melhor. Sem passaportes, são escravizados para atividades sexuais ou econômicas. A região amazônica é uma das que mais fornece vítimas.
Estima-se que 500 mil crianças são traficadas para fins de exploração sexual no mundo inteiro. No Brasil, ao menos 25 mil estão sendo mantidas em condições análogas ao trabalho escravo. É um dever de toda a sociedade enfrentar esta questão.
        
Integram a CPI os deputados João Salame (PPS), presidente; Celso Sabino (PR), vice; Carlos Bordalo (PT), relator; Edmilson Rodrigues (PSOL); Luzineide Farias (PR); e Edílson Moura (PT). 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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