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O promotor de justiça Edson Cardoso de Souza, um dos mais atuantes, honestos e brilhantes membros do Ministério Público do Estado do Pará, que se notabilizou em julgamentos no Tribunal de Júri em casos com repercussão internacional, como o da Irmã Dorothy, Irmãos Canuto e Dezinho, está passando por uma situação constrangedora, por culpa da Gol. Em razão do número insuficiente de promotores para atender todas as comarcas, Edson vem acumulando seu expediente na capital com Afuá, no Marajó. No domingo passado, dia 12, a fim de cumprir a meta da Semana Nacional do Júri, ele e o juiz João Valério Moura Jr. embarcaram de madrugada no voo 1998 da Gol e chegaram em Macapá às 4h, quando a mala de Édson não foi entregue. 

Edson Souza registrou o extravio perante a empresa, a Infraero e até mesmo fez boletim de ocorrência policial, mas até hoje a Gol sequer localizou a mala, muito menos a devolveu. Interessante é que a duração do voo é de só 40 minutos, e no mesmo horário só um voo da Gol para São Paulo, via Guarulhos, decolou. Mas nem em SP ou em qualquer outro lugar foi identificada a mala, que continha livros, agenda com anotações preciosas sobre todos os júris que Edson Cardoso de Souza já fez, cópias de processos e a beca, além de roupas e objetos de uso pessoal. Com a roupa do corpo e sob enorme estresse, o promotor teve que gastar dinheiro com táxi e esperar até o comércio abrir, às 11h, a fim de comprar terno, gravata e objetos de primeira necessidade em Macapá, com poucas opções, e um advogado em Afuá emprestou-lhe a beca para poder atuar no Júri.

É como se a bagagem tivesse se desintegrado. Ninguém sabe, ninguém viu, embora não seja segredo para ninguém que a área de bagagens nos aeroportos é – ou deveria ser – monitorada por câmeras de segurança. O caso, estranhíssimo, já está sendo investigado pelo delegado Bruno Benassuly, da Polícia Federal, e o promotor vai ajuizar ação civil para cobrar indenização por danos morais e materiais da Gol. Entretanto, sua perda é irreparável.

Na semana retrasada, no retorno de Afuá, via Macapá, o promotor Edson Cardoso de Souza e o juiz João Valério estranharam muito quando uma passageira desistiu da viagem no momento em que todos já estavam a bordo da aeronave, também da Gol. Ela saiu do avião e a empresa não tomou qualquer providência de acordo com as normas de segurança, simplesmente seguiu viagem, quando no mínimo deveria ter retido a passageira, acionado a polícia e feito uma varredura na aeronave. Não era o caso, mas se fosse uma psicopata ou terrorista poderia ter deixado uma bomba a bordo e causado a morte de muita gente, por desídia da companhia aérea.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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