O novo documentário “Lula”, sobre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dirigido por Oliver Stone – conhecidíssimo por suas teorias conspiratórias – está no centro das atenções do mundo cinematográfico. O filme estreou do último domingo, dia 19, na 77ª edição do Festival de Cinema de Cannes, que começou dia 14 e segue até o dia 25 de maio, e foi aplaudido de pé.
Stone é declaradamente um apoiador de Lula. Ele considera o líder brasileiro um herói, e faz questão de destacar suas realizações em tirar milhões de pessoas da pobreza e fortalecer a rede de segurança social do Brasil durante seus dois mandatos de 2003 a 2011, e sua vitória contra Jair Bolsonaro em 2022. O documentário de Stone narra a queda de Lula e as reviravoltas que levaram à anulação de sua condenação. A opinião pública mudou a favor de Lula depois que foi revelado que o juiz Sergio Moro havia coludido de forma inadequada com promotores para construir um caso contra ele. Moro também levantou suspeitas ao aceitar um cargo no governo Bolsonaro como Ministro da Justiça. Ele teria compartilhado informações com agentes do FBI e oficiais americanos sobre sua investigação de Lula. O diretor vê isso como mais uma evidência de intromissão estadunidense na região, algo que os EUA têm feito por décadas em países como Chile e El Salvador.
Stone não dirigia um longa-metragem desde “Snowden”, em 2016. Aos 77 anos, continua empenhado em examinar e desvendar os capítulos que considera sombrios da história humana e as conspirações obscuras que tanto o fascinam, e brevemente vai começar a filmar um novo longa-metragem narrativo que está escrevendo em parceria com o jornalista David Talbot.
Já hoje, segunda-feira, dia 20, é a vez de outro político no festival francês: Donald Trump. “The Apprentice”, dirigido pelo dinamarquês de origem iraniana Ali Abbasi, é uma estreia altamente aguardada e está na corrida pela Palma de Ouro. O filme narra os primeiros passos de um jovem Donald Trump no setor imobiliário e sua relação com seu mentor, o advogado Roy Cohn, que atuou nos círculos macartistas, e é estrelado por Sebastian Stan, conhecido por seu papel como Bucky Barnes / Soldado Invernal na franquia Marvel, como Trump, e Jeremy Strong, famoso pelo personagem Kendall Roy na série “Succession”, que dá vida ao advogado Roy Cohn, figura crucial na formação profissional do futuro magnata.
A estreia de “The Apprentice” ocorre em um momento crítico, enquanto Trump enfrenta julgamentos por falsificação de documentos contábeis e a apenas seis meses das eleições presidenciais dos Estados Unidos, nas quais ele espera retornar à Casa Branca. Ali Abbasi, que já foi premiado em Cannes com os thrillers “Holy Spider” (2022) e “Border” (2018), faz sua primeira incursão em Hollywood com “The Apprentice”. O filme é descrito como “uma imersão no submundo do império norte-americano”.
(Créditos das imagens: Festival de Cannes)
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