0

O governo britânico assinou ordem para extraditar Julian Assange para os Estados Unidos. A decisão foi anunciada pela Secretaria Nacional do Interior, comandada por Priti Patel, sob o argumento de que os tribunais do Reino Unido não entenderam que a extradição seria injusta ou incompatível com os direitos humanos.

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), e o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), assim como a Federação Europeia de Jornalistas (EFJ) e a Federação Internacional de Jornalistas (IFJ) classificam a decisão como um duro golpe contra a liberdade de imprensa. Para as entidades, trata-se de precedente perigoso a ser aplicado a qualquer jornalista, meio de comunicação ou fonte, em qualquer lugar do mundo, que publique notícias baseadas no vazamento de informações de interesse público.

Os EUA querem julgar o jornalista pelo vazamento de documentos obtidos pelo ex-oficial de inteligência do Exército Chelsea Manning, que apontavam irregularidades das forças americanas no Iraque e no Afeganistão. Os documentos foram publicados no site WikiLeaks e reproduzidos pela mídia internacional.

Julian Assange responde por 17 acusações sob a Lei de Espionagem e uma acusação sob a Lei de Fraude e Abuso de Computadores, que, combinadas, podem condená-lo à prisão por até 175 anos, em condições de isolamento ou confinamento solitário, apesar das garantias do governo dos EUA, o que exacerbaria severamente seu risco de suicídio.

Cidadão australiano, Assange ainda permanece na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres, onde está desde 2019, aguardando a tramitação do pedido de extradição feito pelos EUA. A defesa do fundador do Wikileaks tem agora catorze dias para apresentar recurso judicial.

Jornalistas no mundo inteiro pedem ao governo australiano que assegure a integridade de seu cidadão. E ao governo britânico, que reveja a decisão com base nos critérios da liberdade de imprensa e seus desdobramentos para jornalistas de todo o planeta. O apoio a Julian Assange representa a defesa intransigente do exercício profissional do jornalismo, que não pode ser criminalizado.

Delegado acusa políticos de proteger Orcrim

Anterior

Festival da Castanha em Oriximiná

Próximo

Vocë pode gostar

Mais de Notícias

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *