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Na última semana, o International Coastal Clean-up (ICC) 2024 no Brasil promoveu ações no Pará que fazem parte de uma mobilização global liderada pela Ocean Conservancy e que acontece em mais de cento e cinquenta países com o objetivo de limpar e preservar rios e praias ao redor do mundo. No Brasil, o ICC é conhecido como o “Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias” e mobiliza milhares de voluntários anualmente. 

Na quarta-feira, dia 18 de setembro, a primeira ação ocorreu na Comunidade do Céu, em Soure, no Marajó. Este lugar, como muitos outros na Amazônia, tem incomensurável diversidade cultural e natural, porém sofre com o acúmulo de lixo nas margens dos rios. Voluntários se uniram para realizar a coleta de resíduos, contribuindo para a preservação dos rios locais, que desempenham um papel fundamental na vida das comunidades ribeirinhas. A ação continuou no sábado, dia 21 de setembro, com a limpeza do Igarapé do Tucunduba e rio Guamá, em Belém. Como infelizmente é de conhecimento geral, a capital parauara enfrenta problemas graves com o descarte inadequado de lixo e a mobilização de voluntários é fundamental para sensibilizar a população sobre a importância da preservação ambiental.

Antes de ser encaminhado ao destino final, todo o lixo coletado passa por uma etapa criteriosa de registro por meio de pesagem, catalogação e fotografia. Posteriormente, os dados obtidos serão organizados e enviados ao Centro de Conservação dos Oceanos (Ocean Conservancy), que será responsável por uma análise estatística minuciosa. Esses resultados, por sua vez, serão entregues à ONU, por meio da Comissão Intergovernamental Oceanográfica (IOC). A partir dessas informações globais, a IOC tem a missão de incentivar os países a se tornarem signatários do Tratado Marpol (Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios), que é um dos principais acordos internacionais voltados para a prevenção da poluição marinha causada por descargas de resíduos e substâncias nocivas provenientes de navios. O Brasil é signatário. O Tratado Marpol foi adotado em 1973 e alterado por protocolos adicionais, com várias emendas ao longo dos anos. Ele estabelece regulamentos rigorosos para controlar e prevenir diferentes formas de poluição, como óleo, substâncias químicas, lixo, esgoto e poluição do ar por navios.

O ICC é uma das maiores iniciativas de voluntariado ambiental no mundo. Desde sua criação, milhões de toneladas de lixo já foram removidas de áreas costeiras, fluviais e oceânicas. No Pará, além de engajar voluntários locais, o evento também recebe o apoio da Ozone Conexão Natureza (que coordenou os voluntários e cedeu os caiaques), Laboratório de Pesquisa em Monitoriamento Marinho da UFPAObservatório da Costa AmazônicaComposta Belém, e Greenpeace Belém. Os parceiros nacionais são MarshMcLennan e RKBC Turismo e patrocinadores são a L’Oréal para o Futuro e Garnier.

Ao longo dos anos, o ICC trabalha para mostrar que, apesar do problema do lixo ser uma responsabilidade dos governos e da implementação de políticas públicas sérias em diversos âmbitos de ação e educação, é dever de todo cidadão se comprometer com a preservação ambiental. A poluição de rios e oceanos é uma questão urgente que impacta a biodiversidade, a qualidade da água e a saúde das comunidades que dependem desses recursos. Esses tipos de ações envolvendo a comunidade são essenciais para combater esse problema, não apenas removendo o lixo acumulado, mas também conscientizando a população sobre a importância do descarte adequado de resíduos.

As fotos são do lixo recolhido em Belém, feitas pela fotógrafa Silvia Ló, voluntária da ação.

Gabriella Florenzano
Cantora, cineasta, comunicóloga, doutoranda em ciência e tecnologia das artes, professora, atleta amadora – não necessariamente nesta mesma ordem. Viaja pelo mundo e na maionese.

Maria Mucoím

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