Publicado em: 13 de janeiro de 2025
A partir desta terça-feira, 14 de janeiro, o Instagram desativará todos os filtros criados por usuários, mantendo apenas os efeitos desenvolvidos pela própria Meta.
Essa decisão, anunciada em agosto de 2024, faz parte de uma reestruturação financeira da empresa, que tem como objetivo redirecionar recursos para outras áreas que atendam às futuras necessidades dos usuários. Ou seja: podem esperar recursos de realidade aumentada que só poderão ser utilizados mediante pagamento à empresa de Mark Zuckerberg.
A mudança impacta diretamente criadores de conteúdo que utilizam e monetizam esses filtros personalizados.
De acordo com a Meta, fotos e vídeos que já foram publicados utilizando filtros de terceiros não serão afetados pela mudança. Esses conteúdos permanecerão disponíveis no feed, nos reels e nos stories, podendo ser visualizados normalmente após a remoção dos filtros.
Os criadores que desejam preservar seus filtros personalizados para uso próprio têm até o dia 14 de janeiro para baixá-los. Após essa data, o procedimento poderá ser realizado apenas por meio da Central de Contas.
Existem duas maneiras principais de salvar os filtros:
1. Pelo Meta Spark Hub: acesse o site e faça login com suas credenciais. Clique em “Efeitos” e selecione o efeito que deseja baixar. Vá em “Arquivos” e clique para iniciar o download.
2. Pela Central de Contas: acesse a Central de Contas da Meta e navegue até “Suas informações e permissões”. Clique em “Baixar suas informações” e selecione “Baixar ou transferir suas informações” ou “Solicitar um download”. Escolha a conta do Instagram ou Facebook que criou o efeito. Em “Tipos específicos de informação”, selecione “Meta Spark” e defina o formato do download.
Apesar de significativamente menos importante, esta é a segunda mudança anunciada pela empresa em duas semanas de 2025 e às vésperas da posse de Donald Trump. O fim do programa de verificação de fatos da Meta nos Estados Unidos, anunciado pelo CEO Mark Zuckerberg, gerou uma onda de críticas mundialmente. Segundo Zuckerberg, a decisão, revelada na última terça-feira, 7 de janeiro, reduzirá drasticamente o que ele chamou de “censura” nas plataformas do grupo, incluindo Facebook e Instagram.
Entidades que participaram do programa rejeitaram a caracterização do trabalho de verificação como censura e alertaram para as implicações dessa mudança na qualidade das informações online.
A Meta anunciou que substituirá o programa de verificação de fatos por um modelo de moderação comunitária, semelhante ao “Community Notes” adotado pelo X, de Elon Musk, abertamente apoiador de governos de extrema-direita e ele mesmo um grande disseminador de fake news. A mudança visaria diminuir penalizações injustas, como o bloqueio temporário de contas por conteúdo inofensivo, também conhecido como “Facebook jail”.
Entidades parceiras do programa de verificação de fatos da Meta ressaltaram que o trabalho de fact-checking nunca envolveu a remoção de publicações, mas sim a adição de informações contextuais para combater desinformação. O argumento principal – e lógico – é de que fatos não são censura. Os Fact-checkers nunca censuraram nada: as decisões sobre remoção ou penalização de conteúdos sempre foram da própria Meta.
Lançado em 2016, o programa de verificação de fatos da Meta colaborava com organizações independentes para identificar informações falsas ou enganosas. Publicações verificadas como falsas recebiam etiquetas de advertência e tinham sua distribuição reduzida, mas não eram removidas. Exceções eram feitas apenas em casos de violações graves, como conteúdos que promovem terrorismo ou exploração sexual infantil.
A decisão da Meta representa um passo atrás na luta contra a desinformação. A retirada do programa de checagem de fatos tem grande potencial para alavancar um aumento na circulação de conteúdos enganosos, especialmente em períodos sensíveis como eleições.
Foto: Captura de vídeo / Divulgação
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