Para um domingo de luto, pela passagem de uma amiga, sogra e parceira de uma vida, um poema escrito com as tintas de uma paleta cheia de memórias e de saudades.
As pessoas amadas nunca se vão: se eternizam em rimas. Viram poemas.
Ah, Marias!
(Para Maria Helena Figueira, in memoriam)
Há marias que brotam fortes
Do pão da terra nutridas
Que de nascer há sortes
De toda a sorte curtidas.
Há marias que crescem sólidas
Do veio do mundo surgidas
Que de crescer em hostes
Há hastes firmes erguidas.
Há Marias que dão ramos
De frutos e flores sortidos
Que de forte tronco crescidos
Amores e dores vencidos.
Há Marias que multiplicam
De pães e frutos servidos
Que de serem parcos e escassos
De mãos milagrosas surgidos.
Há Marias que eternizam
De estrelas os céus vestidos
Que com a saga de suas lutas
O mundo se há cerzido.
Há Marias que se vão
De saudades o manto tecido
Que do calor de seus braços
Há abraços enternecidos.
Ah, Marias, que se vão
De dores lágrimas vertidas
Mornas por sobre a face
De quem, um dia, lhes há tido.
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