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Para um domingo de luto, pela passagem de uma amiga, sogra e parceira de uma vida, um poema escrito com as tintas de uma paleta cheia de memórias e de saudades.

As pessoas amadas nunca se vão: se eternizam em rimas. Viram poemas.

Ah, Marias!

(Para Maria Helena Figueira, in memoriam)

Há marias que brotam fortes

Do pão da terra nutridas

Que de nascer há sortes

De toda a sorte curtidas.

Há marias que crescem sólidas

Do veio do mundo surgidas

Que de crescer em hostes

Há hastes firmes erguidas.

Há Marias que dão ramos

De frutos e flores sortidos

Que de forte tronco crescidos

Amores e dores vencidos.

Há Marias que multiplicam

De pães e frutos servidos

Que de serem parcos e escassos

De mãos milagrosas surgidos.

Há Marias que eternizam

De estrelas os céus vestidos

Que com a saga de suas lutas

O mundo se há cerzido.

Há Marias que se vão

De saudades o manto tecido

Que do calor de seus braços

Há abraços enternecidos.

Ah, Marias, que se vão

De dores lágrimas vertidas

Mornas por sobre a face

De quem, um dia, lhes há tido.

Shirlei Florenzano Figueira
Shirlei Florenzano, advogada e professora da Universidade Federal do Oeste do Pará - UFOPA, mestra em Direito pela UFPA, Membro da Academia Artística e Literária Obidense, apaixonada por Literatura e mãe do Lucas.

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