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João Paulo Guimarães é fotojornalista, jornalista e escritor e documenta a tragédia socioambiental e humanitária que aflige a Amazônia e os amazônidas, mata, bichos e seres humanos. Um horror cujas consequências flagelarão o planeta inteiro, mas que não sensibiliza autoridades e banqueiros. Junta poesia, angústia e pesar em suas imagens e seus personagens sofridos e reais. Confiram:

“Elias toma banho no rio Moju, no Pará e, ao fundo, a fumaça compõe uma paisagem que costuma ser bonita, verde e livre do fogo de queimada. Essa imagem é a mostra do impacto do descaso e do abandono na vida de crianças como o Elias. Ele queria ir para a aula, mas a fumaça não deixou. Também não há energia elétrica para assistir à TV. O único cabo que leva energia a toda a comunidade da Pedreira arrebentou. É isso. Sem energia, sem wi-fi e sem ar puro. O que mais o poder público vai negar a eles?”

“Denis tem 14 anos. Perdeu várias provas na escola para combater as queimadas junto com o pai e os tios. Enquanto o pai dormia, ele monitorava o fogo. Hoje era aniversário do irmão mais novo. Também foi perdido. Todo mundo está cansado demais para comemorar. De acordo com a prefeita são “Os Coitados do Moju”. Entre as provas que Denis perdeu tinha a de uma matéria que ele gosta muito. Estudos Amazônicos. Pergunto pro Denis o que ele mais gosta, de estudar sobre Amazônia ou defender a Amazônia. Ele nem pensa na reposta. “Defender”.”

É de clamar aos céus tanta dor.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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