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A direção do Hospital Ofir Loyola está querendo tapar o sol com a peneira: diz que o atendimento (que sempre foi precário) não sofreu interrupção hoje, apesar da paralisação dos servidores(!). No setor de radioterapia, por exemplo, os quatro médicos não trabalharam.

No quadro de pessoal do HOL, dos 1.900 funcionários, 700 são celetistas; o restante é estatutário, temporário e não temporário, seja lá o que isto for. Os celetistas são egressos do antigo Instituto Ofir Loyola, sociedade privada desapropriada pelo governo do Estado em 1992, que cedia, via contrato, suas dependências para o antigo Hospital dos Servidores. Após a desapropriação, foi criada a autarquia Hospital Ofir Loyola, que só pode contratar os profissionais por meio de concurso público.
Pois bem. Essa situação funcional foi questionada ainda em 2002, pelo Ministério Público do Trabalho, quando foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta no sentido da regularização dos celetistas até a realização de concurso público para preenchimento dos cargos da instituição e efetivação dos aprovados, o que não foi providenciado até hoje.
Enquanto isso, a população paupérrima viaja centenas de quilômetros a pé, de barco, ônibus, e quando finalmente chega às portas do hospital dito de referência no tratamento de câncer, é barrada e morre desassistida.
É preciso urgentemente enfrentar, com coragem e medidas adequadas, essas graves questões, que implodem o sistema de saúde pública no Pará. Todo mundo sabe que isso não começou agora, mas já passou da hora de dar um basta nessa situação.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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