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Há três meses o Hospital de Clínicas Gaspar Vianna não dispõe do medicamento Geodon, de 40 mg, considerado de importância fundamental para o tratamento dos pacientes com transtornos mentais. O remédio é caro, cada caixa custa quase R$400 e a venda direta não é permitida. Na farmácia do hospital a informação é que há três meses a Sespa não repassa o medicamento, assim como mais dez remédios que estão em falta.  A situação é gravíssima, até porque o Hospital de Clínicas é referência em todo o Pará (o único) em saúde mental. Na Sespa, os familiares dos pacientes ouvem desde janeiro a mesma ladainha: a compra está prevista para o próximo mês. 

Solicitei ontem à tarde esclarecimentos à Sespa e ao HC. Ontem mesmo recebi esta informação, via assessoria de comunicação: 

Sobre o medicamento Geodon, 40 mg, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que o processo para o pedido de compra já foi empenhado, e o prazo para a entrega deve ocorrer no máximo até quinze dias.” 

E hoje de manhã: 
A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informa que houve atraso na distribuição do medicamento Geodon, 40 mg, por parte do fornecedor Expressa, que garantiu a entrega até o dia 06 de abril (próxima semana). A Secretaria também ressalta que há estoque do medicamento ziprazidona, na dosagem de 80mg, que permite a adequação da prescrição médica para o paciente, no próprio Hospital de Clinicas Gaspar Vianna.
A Sespa ainda esclarece, portanto, que já notificou a empresa sobre a necessidade do fornecimento dos medicamentos. Assim que chegar, imediatamente serão abastecidas todas as unidades dispensadoras.”  

Do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, agora à tarde:
“Atualmente a Psiquiatria deste hospital tem 35 vagas para pacientes usuários de Zipranidona 40 mg (Geodon), com apenas uma dessas vagas sobrando. O medicamento é de alto custo, não sendo permitida a compra direta, o que é feito via Sespa. O último pedido do medicamento foi feito no dia 26/03/14, estando ainda no aguardo.”

Ficou evidente que o setor responsável não se incomodou em providenciar em tempo hábil a entrega do remédio, que é de uso contínuo. E o sofrimento dos pacientes? Isso é desumano.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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