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A floresta amazônica representa um terço das florestas tropicais do mundo, e contém mais da metade da biodiversidade do planeta. É tesouro inestimável para a humanidade e potencial imenso para o desenvolvimento da biotecnologia: essências variadas, substâncias para o combate às pragas e desenvolvimento de produtos farmacológicos, além de geração de novas fontes de recursos utilizáveis. Tem papel imprescindível na manutenção de serviços ecológicos, tais como garantir a qualidade do solo e dos estoques de água doce. Processos como a evaporação e a transpiração da vegetação ajudam a manter o equilíbrio climático fundamental para outras atividades econômicas, como a agricultura. Nas margens de rios a mata evita erosões, assoreamentos e garante alimento para os organismos aquáticos. Por concentrar 20% da água doce do planeta, a Amazônia tem papel preponderante no uso múltiplo dos recursos hídricos (água potável, navegabilidade, aproveitamento energético, pesca, lazer, por exemplo). Funciona como barreira contra incêndios. Na região, a extração de óleos, resinas, ervas, frutos e borracha contribui economicamente para a vida de centenas de milhares de famílias de extrativistas. Os recursos florestais, racionalmente utilizados, trazem benefícios econômicos às populações locais, fixam o homem no campo e melhoram sua qualidade de vida. Vale lembrar que os povos indígenas dependem da floresta para perpetuarem seu modo de vida e sua cultura. Há 69 referências de etnias não contatadas, indicando a existência de uma riqueza cultural ainda desconhecida. Além do que a tradição indígena em relação ao uso dos recursos da floresta é fonte de informação valiosa para a ciência e a tecnologia moderna. As belezas naturais e a variedade cultural amazônida podem ser convertidas em benefícios econômicos através do ecoturismo ou do etnoturismo, que cresce muito mais do que o convencional, gerando empregos diretos e indiretos.

Parece óbvia a importância de manter as florestas em pé, como valioso ativo e vocação econômica. Contudo, as dimensões continentais do Pará e a sua riqueza de fauna, flora e minérios até agora não foi traduzida em bem-estar de toda a sua população. Em evento promovido pela Organização Comunitas nesta quinta-feira (20), em São Paulo (SP), cujo tema era a economia verde e os desafios da sociedade em transformação, o governador Helder Barbalho insistiu, falando a grandes empresários, ser fundamental a utilização de financiamento estrangeiro, através de créditos de carbono, para o Brasil alcançar a meta de redução dos gases de efeito estufa, compromisso assumido na última Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 26), em Glasgow, na Escócia. “Que nós possamos ter uma regulação da política de crédito de carbono para que a monetização da floresta seja algo real. Já identificamos que não há mais condição para que o Brasil cumpra suas metas até 2050 apenas falando em não desmatar. Já não é mais suficiente. Precisamos não desmatar, regenerar e reflorestar”, defendeu o governador do Pará, que vem assumindo protagonismo no cenário político nacional.

Helder Barbalho enxerga a bioeconomia como novo modelo desenvolvimentista para o País, em especial para a região amazônica. “Da mesma forma que o agronegócio e a mineração, a floresta em pé pode ser um novo ativo, principalmente na captação do crédito de carbono, e pode fazer da bioeconomia uma nova estratégia”, pontuou, salientando a Amazônia como celeiro de conhecimento e produção a partir de sua biodiversidade e nova commodity global.

Participaram do evento a vice-governadora eleita do Pará, Hanna Ghassan, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema; de Goiás, Ronaldo Caiado; o ex-governador do Espírito Santo e presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (Ibá), Paulo Hartung; e especialistas nacionais e internacionais.

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