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Pelo terceiro dia, índios de oito etnias bloqueiam o estratégico trevo das rodovias BR-316 e BR-010, na altura de Santa Maria do Pará. Montaram até uma cabana no meio da pista. Não há previsão para liberação do tráfego e os desvios próximos também estão interditados pelos índios. Só viaturas da Polícia e ambulâncias conseguem passar pelo local. Centenas de caminhões de carga, carros particulares e ônibus estão parados, a fila se estende por vários quilômetros.  Os veículos ocupam inclusive o acostamento e parte da pista no perímetro urbano da cidade de Santa Maria. 

A Polícia Rodoviária Federal está no local para evitar conflitos. Mas um vídeo feito de celular que circula desde ontem nas redes sociais mostra a agressão de um motociclista pelos índios, que o acusaram de ser PM disfarçado e ter ameaçado com uma arma os manifestantes. Em nota, o Ministério da Saúde, via Secretaria Especial de Saúde Indígena, informou que as reivindicações estão sendo avaliadas. Os índios querem que um indígena assuma a coordenação do Distrito Guamá-Tocantins. Segundo eles, alguns índios morrem nas aldeias, sem apoio médico.  

Quem pretendia ir a Salinas ou às praias do Nordeste, como as de Fortaleza e São Luís do Maranhão, ficou no meio da confusão. Há famílias com crianças que, no desespero, pagam a moradores da região para que os levem através de trilhas até local seguro, mais adiante. A opção de desvio é pela rodovia estadual que passa no município de Igarapé-Açu para aqueles que seguirão em direção à Belém; ou por Ourém e Capitão Poço, se o destino for Paragominas, via BR-010.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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