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Começou hoje (18), na Universidade da Amazônia – Campus Alcindo Cacela, em Belém, o Festival Rede Andorinhas de Economia Solidária Especial Amazônia de Verdade, expondo e comercializando fitoterápicos, hortifrutis orgânicos, produtos naturais, artesanato, costura criativa, confecção de bonecas, crochê e cerâmica. Idealizado e desenvolvido há oito anos pelo mestre em economia, doutor em desenvolvimento urbano e coordenador do mestrado profissional em gestão de conhecimentos da Unama, João Cláudio Arroyo, o projeto reúne colaboradores de diversas áreas para promover a economia solidária.

“Os de fora, nossos colonizadores, querem reduzir a Amazônia a indígenas e floresta. Precisamos mostrar as Amazônias e que a sustentabilidade não vem de fora, vem da relação entre elas, da sintonia cultural e identitária entre elas. Quando a cidade deixou de tomar tacacá para comer hambúrguer de americano e latifundiário, o caboclo vendeu menos jambu, mandioca, cuia, pimenta e veio para a periferia da cidade, onde acabou entrando no ciclo da violência social na pior posição”, explica o pesquisador, acentuando que o protagonismo amazônida precisa envolver todos os povos tradicionais, dos campos, rios, florestas e cidades. “Na origem, a economia do bem viver. A economia do valor, não do dinheiro”.

Trata-se de espaço de articulação de educadores, empreendedores, consumidores, gestores públicos e apoiadores da economia solidária no Pará. A iniciativa é o laboratório da pesquisa-ação que é a base experimental da tese de doutorado que o professor Arroyo desenvolveu e à qual permanece dedicado, demonstrando a centralidade da consciência do comportamento econômico para o modelo de desenvolvimento.

O diferencial do projeto é que não há produtos “de fora” nem revenda, todos os empreendedores envolvidos são sócios ou parceiros em autogestão. “Não é uma feirinha qualquer como outras que temos acolhido sem qualquer relação com o propósito de ser Universidade”, esclarece João Cláudio Arroyo, adiantando que o próximo passo será criar a Cooperativa de Consumo Consciente e o Banco Andorinhas de Valor e Trabalho, com moeda social. “Fico à disposição caso alguém queira entender melhor o processo desta pesquisa e saber como podemos interagir e potencializar os objetivos comuns que temos”.

A Unama é a maior apoiadora do projeto. Oferece o espaço de comercialização e formação. Há oficinas na área de gestão que proporcionam conhecimento para que os artesãos saibam como conduzir o empreendimento.

O Projeto Andorinhas representa um divisor de águas aos trabalhadores que desenvolvem as suas atividades tendo como referência a economia solidária. A programação do festival segue até amanhã às 20h.

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