A Cúpula da Amazônia, nesta terça, dia 8, e quarta-feira, 9, receberá as propostas elaboradas durante os Diálogos Amazônicos. Nunca Belém recebeu tantos ministros e titulares de órgãos e empresas públicas de uma só vez, além do fato de ter dois paraenses no ministério. Agora a expectativa se volta para a efetivação dos discursos.
“A Amazônia é protagonista das soluções da agenda climática e das urgências climáticas. Compreendo que estamos vivendo um divisor de águas em que a região assume o protagonismo fazendo um chamamento às populações locais e ao mundo para que todos enxerguem a Amazônia sob o olhar da floresta mas também convocando a todos para as soluções que garantam com que a sustentabilidade ambiental esteja de mãos dadas com a sustentabilidade social”, disse o governador Helder Barbalho, afirmando que seu staff mapeou 43 tipos de produtos que dialogam diretamente de forma sustentável com a floresta e permitiram a projeção de alavancagem de 120 bilhões de dólares em negócios para a exportação e se apresentam como nova vocação econômica e social do Pará, gerando “empregos verdes e iniciativas que dialoguem com a oportunidade de ter uma floresta viva e preservada, mas não às custas do sofrimento das comunidades tradicionais”.
A ministra Marina Silva, do Meio Ambiente, realçou que “foram 14 anos sem convocação da Cúpula dos Países do Tratado de Cooperação Amazônica. Era fundamental que nesse momento de mudança do clima, perda de biodiversidade e grandes desafios para os países amazônicos que a Amazônica se juntasse pelo seu povo e seus governos para fazer todos esses enfrentamentos”.
Na plenária “Diálogo sobre Bioeconomia Amazônica e Transformação Rural Inclusiva”, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, pontuou: “nós, povos indígenas, somos 5% da população mundial e protegemos 82% da biodiversidade viva no mundo. Isso significa que somos os guardiões da vida e do futuro. Para nós, pensar tudo isso é pensar também não só a partir dos recursos naturais que precisam ser protegidos, mas a libertação dos territórios como um todo, que preserve as culturas, a biodiversidade, que garanta a vida para as atuais e futuras gerações”.
Durante a plenária “Amazônias negras: racismo ambiental, povos e comunidades tradicionais”, a ministra da Igualdade Social, Anielle Franco, anunciou a criação do comitê de monitoramento da Amazônia Negra e Combate ao Racismo Ambiental neste domingo. A instância será criada em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e terá a finalidade de propor medidas de enfrentamento ao Racismo Ambiental na Amazônia Legal, para reduzir o racismo ambiental na região. “Colocar nossos povos tradicionais, comunidades quilombolas, povos de terreiro no protagonismo da proteção da Amazônia é dever não só do governo brasileiro, mas do mundo”, argumentou Anielle.
Já a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou a criação do IPCC da Amazônia, que reunirá informações científicas sobre clima e biodiversidade. Inspirada no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, a iniciativa terá a participação de especialistas e pesquisadores para a consolidação das evidências científicas relacionadas à Amazônia.
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