Publicado em: 2 de janeiro de 2017
Em Salinópolis, a cidade continua limpa e florida, apesar das hordas que invadem as praias e deixam um rastro monstruoso de lixo; sossegada apesar dos sem-noção que insistem em trafegar com o porta-malas do carro aberto e a parafernália de som ligada em altíssimos decibéis para atormentar os outros com algo que não pode ser chamado de música.
Fui ao hospital público estadual, acometida por crise de rinite e sinusite, e conferi o bom atendimento, apesar da grande demanda, que inclui veranistas e municípios vizinhos. No que esperava, uma mulher foi ao balcão de recepção e, quando perguntaram qual o problema, respondeu: “é minha filha, dor de bebê”, e se virou apontando para uma adolescente grávida, de olhar assustado, uma criança esperando outra, com medo do que estava por vir, sem amparo. Quantas meninas como ela na mesma situação por este Brasil afora? A dor daquela garota traspassou a minha alma.
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