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Esta eu pincei da página do Museu da Cidade de Alenquer, editada pelo advogado e procurador de justiça aposentado Ismaelino Valente, que por sua vez compartilhou publicação do professor doutor Aldrin Moura de Figueiredo, contando que iria se esmerar na defumação de fim de ano. Ele fez um mestrado sobre pajelança e feitiçaria na Amazônia no século XIX, que virou livro, e viu, em muitos anexos de inquéritos policiais, listas de objetos, itens e relatos de habilidades em limpeza do corpo, em abrir e fechar os caminhos, trocar os ares, aparecer e desaparecer, tirar flechadas de bichos ou quebrar quebrantos. 

Em Belém – conta Aldrin -, no século XIX, existiu uma Tia Carolina, moradora da rua Bailique, especializada em apagar um ano ruim. Muitas vezes foi acusada de feiticeira e alcoviteira, mas era muito querida socialmente, “no seu lugar”, por isso nunca foi presa. Vários de seus clientes eram de elite paraense que, “escondidos”, se dirigiam à casa da preta velha para resolver problemas do corpo e do espírito. 

Preparem suas defumações com a receita apurada pelo Aldrin: alecrim limpa o corpo e o espírito; arruda abre o caminho; alfazema é atrativo e faz bem pra casa; anis, cravo, manjericão e louro são bons para os ganhos; açúcar cristalizado é de limpeza das mãos; sal grosso é de limpeza das costas; folhas de mangueira e eucalipto limpam a casa; madressilva é bom pra memória e pra terminar algo que se começou; rosa-de-todo-ano branca é coisa de paz; sândalo é pra namoro; pau de canela é pra prosperar; e, por fim, o banho do Pará leva pataqueira, oriza, priprioca, patchouli, catinga de mulata e vindicá. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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