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Associação Brasileira de Antropologia, Articulação Brasileira de Indígenas Antropóloges, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Ciências Sociais, Associação Brasileira de Ciência Política e Sociedade Brasileira de Sociologia divulgaram nota hoje acerca de violações aos direitos territoriais dos povos indígenas no Mato Grosso do Sul: expropriações de terra, ameaças físicas e psicológicas, desaparecimentos e assassinatos dos Kaiowa e Guarani.

Os recentes episódios contra as comunidades de Guapo’y Mi Tujury (em

Amambai) e de Kurupi/Santiago Kue (em Naviraí) integram uma série, impactando os que buscam retornar a seus tekoha (lugares onde indígenas realizam seu modo de ser e viver), de onde forçadamente tiveram que sair, por efeito de uma política neocolonial, ao longo do século XX, denunciam as entidades, lembrando que em 2002, ao retornar a seus espaços territoriais, Churite Lopes, idosa da comunidade de Kurusu Amba, foi assassinada. Em 2003, foi a vez do líder Takuára, Marcos Verón. Em 2009, Pyelito Kue e Mbarakay sofreram ataque e vários de seus integrantes ficaram feridos por projéteis de borracha. Também em 2009 a comunidade de Ypo’i teve Genivaldo e Rolindo Vera sequestrados. O corpo de Genivaldo foi encontrado em um córrego, crivado de balas, mas o de Rolindo Vera nunca apareceu. Em 2011, a comunidade de Guaivyry foi atacada, resultando no desaparecimento de seu líder, Nísio Gomes. Posteriormente, a Polícia Federal concluiu que ele foi assassinado. Em 2015, Simião Vilhalva, dos Ñanderu Marangatu, foi assassinado com tiros na cabeça.

A maioria destas ações foi cometida por empregados de fazendeiros locais, em alguns casos por meio de uma empresa de segurança privada, a Gaspen, identificada pelo Ministério Público Federal como grupo paramilitar criminoso. Agora, houve ações violentas, de seguranças privados armados, no caso de Kurupi, e da Polícia Militar, no de Guapo’y Mi Tujury. Neste último, pelas imagens divulgadas pelos indígenas, parecia uma operação de guerra, com força massiva por parte da PM, utilização de um helicóptero, disparo de enorme quantidade de tiros com projéteis de borracha mas também armas de fogo, o que resultou em mortes, uma delas já identificada, Vito Fernandes, além de pessoas gravemente feridas. Segundo informações do Hospital Regional de Amambai, no sábado (25), três indígenas tiveram alta hospitalar, mas pelo menos quatro ainda se encontravam em estado de maior atenção, inclusive com ferimentos por arma de fogo na cabeça e em órgãos vitais. Confiram a íntegra da nota.

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