Publicado em: 15 de janeiro de 2017

Fotos: Jean Brito
O público que prestigiou o recital “401”, da cantora lírica Gabriella Florenzano, no dia do aniversário de Belém do Pará, chegou cedo e aproveitou para apreciar a beleza arquitetônica do Museu do Estado do Pará e as obras de arte espalhadas por toda a belíssima edificação.

O MEP é mesmo uma atração à parte, que combina em tudo com a programação cultural que oferece. O antigo Palácio do Governo foi construído em meados do século XVII (1.751) pelo arquiteto Antônio Landi, por ordem do Marquês de Pombal, que queria transferir a corte portuguesa ao Pará. No final da década de 1980, se transformou em Museu. As galerias Antônio Parreiras e Manoel Pastana são destinadas a exposições temporárias. Já os salões nobres abrigam o mobiliário histórico – parte trazida da Europa e parte confeccionada nas oficinas da antiga Escola de Artífices -, armas, porcelanas, fotografias, prataria, acessórios, esculturas e quadros de renomados artistas, inclusive o acervo arqueológico, em exposição permanente.
Duas telas grandiosas impressionam os visitantes: “A Fundação da Cidade de Nossa Senhora de Belém do Pará”, de Theodoro Braga, datada de 1908, que mostra o encontro entre portugueses e índios no primeiro passo para a formação da cultura do povo paraense; e a pintura que retrata a conquista do Rio Amazonas por Pedro Teixeira, feita por Antônio Parreiras, em 1907, e que demorou quatro anos para ser concluída. A relíquia tem oito metros de largura por quatro metros de altura, com moldura revestida com pó de ouro, e pesa uma tonelada.
Duas telas grandiosas impressionam os visitantes: “A Fundação da Cidade de Nossa Senhora de Belém do Pará”, de Theodoro Braga, datada de 1908, que mostra o encontro entre portugueses e índios no primeiro passo para a formação da cultura do povo paraense; e a pintura que retrata a conquista do Rio Amazonas por Pedro Teixeira, feita por Antônio Parreiras, em 1907, e que demorou quatro anos para ser concluída. A relíquia tem oito metros de largura por quatro metros de altura, com moldura revestida com pó de ouro, e pesa uma tonelada.

Na Sala das Artes, nem o ruído do voo de um carapanã foi ouvido durante o recital. Nada de pigarros e conversas paralelas. A plateia educadamente desligou e guardou os celulares, ficou em silêncio e se deixou enlevar pela música. E assim desfilaram Eja, Mater, fons amoris – Stabat Mater, de Giovanni Pergolesi; Du Ring an meinem Finger – Frauenliebe und Leben, de Robert Schumann; Les Berceaux, de Gabriel Fauré; Ária, de Eugéne Bozza; Mágoas de Crioulo, de Tó Teixeira; Valsinha do Marajó, de Waldemar Henrique; Floresta Adormecida (à profª Helena Maia), de Altino Pimenta; Abaluaiê, de Waldemar Henrique; Ponteio nº49 (em homenagem a Alexander Scriabin), de Camargo Guarnieri; Venga Pur – Mitridate, rendi Ponto, de Mozart; Cruda Sorte – L’Italiana in Algeri, de Gioacchino Rossini e I Got Rhythm, de George Gershwin, com direito a bis. Marcos Puff apresentou, ainda, o solo de sax “Rio Guajará Mirim”, música minimalista que compôs inspirada pelo rio que banha a histórica cidade de Vigia de Nazaré.

O repertório foi pensado como reflexo da miscigenação brasileira, misturando compositores paraenses, árias de óperas, canções francesa, alemã e americana e, como não poderia faltar, um canto à Mãe, que é a padroeira de todos os paraenses, de modo a revelar essa Belém única, ponto de convergência de várias culturas. A direção musical é de Jena Vieira, coordenadora do Estúdio Ópera do Conservatório Carlos Gomes.
Ao abrir oficialmente a temporada 2017 do programa “Bravíssimo”, acompanhada pela pianista Leandra Vital, com participação especial do clarinetista e saxofonista Marcos Cardoso Puff, Gabriella Florenzano contou ao público que se considera privilegiada por ter nascido e crescido em Belém e extremamente feliz em ter sempre oportunidade de fazer música na sua terra natal.
O lindo espaço do MEP é vivo, muito bem dirigido pelo artista plástico Sérgio Melo e seu vice-diretor, o museólogo Antonio Eutálio Corrêa, cuja gestão escancarou as portas do palácio Lauro Sodré à população, democratizando o acesso popular às artes e aproximando os artistas do público. O projeto Bravíssimo é uma realização do Governo do Estado, via Secretaria de Estado de Cultura e Sistema Integrado de Museus e Memoriais do Pará.
Gabriella já cantou em diversos teatros em São Paulo(SP), Curitiba(PR), Florianópolis(SC), Belo Horizonte(MG) e no Rio de Janeiro(RJ). Em Verona (Itália), fez recitais na Basílica de Sant’Anastasia, na igreja de San Giorgetto e no Castel Vecchio. Gosta de se dizer fruto da musicalidade parauara. Seu repertório é coalhado de lendas e mitos amazônicos, dos compositores eruditos paraenses. Quem quiser assistir seus vídeos e ver fotos pode acessar a fan page https://www.facebook.com/gabriellaflorenzano.
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