
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, a coordenadora-geral do PAC, Miriam Belchior, e o diretor de Planejamento e Engenharia da Eletrobras/Eletronorte, Adhemar Palocci, foram anteontem a Tucuruí, para visita técnica ao canteiro de obras e assistir ao início ao processo de enchimento do canal de navegação que interliga as eclusas I e II, estimado em 19 dias, dependendo dos resultados dos testes em carga dos equipamentos.
Até 31 de outubro, todas as atividades deverão ser encerradas, e em 15 de novembro serão realizados testes para monitorar o enchimento do canal. A previsão é de que Lula inaugure a obra em 18 de novembro, pondo fim a uma espera de 30 anos.
O sistema de transposição de Tucuruí não significa apenas a retomada da navegação no rio Tocantins, mas sim a abertura de importante rota comercial e turística, que permitirá a redução do custo de transporte em todo o Brasil, permitirá competitividade dos produtos nacionais no mercado internacional, atrairá milhares de novos negócios ao Pará e a implantação de mais pólos siderúrgicos, silos e a multimodalidade de transporte, reduzindo a poluição ambiental e os congestionamentos, os estragos e acidentes nas rodovias.
Hoje, 99% de todo o serviço de concretagem da eclusa 1 já está realizado, e 95% equipamentos montados. A eclusa II está com 98% do concreto pronto. O primeiro teste de transposição deve acontecer no início de outubro, depois de o canal ser tomado pelas águas do rio Tocantins, formando o lago permanente que permitirá a transposição do desnível de 74 metros.
Desde 1981, quando a Eletronorte barrou a navegação no Tocantins para fazer a usina hidrelétrica de Tucuruí, já foram consumidos R$ 1,63 bilhão.
Eclusas são espécies de tanques para elevar ou baixar embarcações entre níveis diferentes. As de Tucuruí transpõem desníveis de 33 metros cada uma. Elas permitirão a passagem de comboios de quatro balsas/barcaças por elevação ou descida. Nas cheias pode haver passagem para navios maiores. O tempo de ultrapassagem dos comboios de jusante a montante ou vice/versa será de uma hora, impulsionados por rebocador pelos 5,5 Km do canal intermediário. O tempo de enchimento ou esvaziamento das câmaras será de 14 minutos. O canal permite comboios se deslocando em direções opostas
A capacidade será de 24 comboios nas duas direções por dia. São 16 eclusagens, ou 32 passagens de comboios, diariamente. A economia no transporte de minérios e grãos das regiões Norte e Centro-Oeste pode chegar a R$ 10 milhões por dia com combustíveis.
A foto, da Eletrobrás/Eletronorte, mostra o estágio atual das obras na eclusa I.