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Em iniciativa inédita, o Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro celebra os percursos individuais e coletivos que construíram as políticas de salvaguarda do patrimônio cultural no Brasil, lançando a obra “Em Defesa do Patrimônio Cultural”, organizado por Márcia Sant’Anna e Hermano Queiroz, um manifesto de apreço à trajetória das instituições públicas que lideram esse processo e, ao mesmo tempo, um protesto veemente contra o rebaixamento da sua qualidade técnica, o abandono dos seus princípios de atuação e a banalização de diretrizes consolidadas nos últimos dois anos.

Com dezessete artigos e duas entrevistas de renomados pesquisadores e estudiosos de grande experiência e importância para o campo do patrimônio, o livro pontua os percursos trilhados e os desafios enfrentados ao longo de quase um século de ações em defesa do patrimônio cultural no país. Uma referência fundamental para todos os interessados no tema.

O Fórum é integrado por 25 entidades nacionais representativas de antropólogos, arqueólogos, arquitetos e urbanistas, arquivistas, geógrafos, gestores culturais, historiadores, historiadores da arte e sociólogos, bem como as seções brasileiras dos conselhos e comitês internacionais dedicados à preservação dos monumentos e sítios (ICOMOS), do movimento moderno (Docomomo), do patrimônio industrial (TICCIH) e aos museus (ICOM), além de uma das mais importantes entidades de comunidades quilombolas do país (Conaq).

Na apresentação da obra, o coordenador do Fórum de Entidades em Defesa do Patrimônio Cultural Brasileiro, Nivaldo Andrade, salienta que a extinção do Ministério da Cultura e a posterior vinculação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) ao Ministério do Turismo; as sucessivas nomeações de pessoas sem a devida experiência profissional ou formação para ocupar importantes cargos na direção e nas superintendências do IPHAN; a significativa redução do orçamento federal destinado ao IPHAN nos últimos dois anos; a extinção de todos os comitês gestores de sítios patrimônio mundial, exigidos pelos compromissos assumidos pelo Brasil junto à Unesco; o esvaziamento da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC); as ameaças aos povos e comunidades tradicionais decorrentes da desregulação da proteção ambiental e da revisão de direitos adquiridos por indígenas e quilombolas nas últimas décadas são algumas das ações implementadas nos últimos dois anos que colocam em risco políticas públicas instituídas ao longo de mais de oitenta anos e a própria salvaguarda do patrimônio cultural brasileiro.

Desde a sua criação, o Fórum tem liderado iniciativas relevantes na defesa do patrimônio cultural brasileiro e das suas instituições, através de grupos de trabalho e comissões temporárias e dos 25 fóruns estaduais instalados a partir de agosto de 2020 e que congregam hoje mais de 300 especialistas das mais diversas áreas.

Várias das entidades do Fórum contribuíram financeiramente para tornar possível a publicação em formato de e-book, permitindo o acesso livre e gratuito ao seu conteúdo, por reconhecer que, com isso, promovem a reflexão crítica que alimenta e se alimenta das ações de salvaguarda do patrimônio cultural.

A comissão que acompanhou a organização da publicação foi composta por Antônio Arantes (ANPOCS), Luciana Carvalho (ABA) e Antônio Gilberto Nogueira (ANPUH). Autor de um dos textos, o Prof. Ulpiano Bezerra de Meneses foi capaz de transitar em diferentes áreas vinculadas ao patrimônio, da arqueologia à museologia, da história ao urbanismo. De forma brilhante, se envolveu em diversas frentes, do ensino e pesquisa à gestão institucional em órgãos e conselhos de salvaguarda do patrimônio e em importantes museus.

O E-book pode ser baixado aqui.

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