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É muito grave a situação no hospital da Santa Casa. O juiz José Coriolano da Silveira, que estava respondendo pelo plantão cível no último dia 13 de novembro, deferiu liminar em favor do Estado e da Fundação Santa Casa de Misericórdia, determinando aos médicos pediatras e neonatologistas do plantão extra que executem as atividades para as quais foram designados e não paralisem o atendimento, sob pena de multa de R$ 200 mil por dia de descumprimento. A alegação é de que a ausência desses profissionais nos plantões pode resultar na morte de pacientes – muitas crianças nascem prematuras e com problemas pós-parto.

A decisão já causou inclusive pedidos de demissão de pediatras, que se queixam de não serem pagos pelo governo. A
lém de toda a complexidade do problema e da precariedade do atendimento – cuja demanda é de mães e bebês muito pobres e desnutridos -, o que se pode esperar de médicos assoberbados, mal remunerados e obrigados a trabalhar em escala além da sua carga horária de trabalho? A imposição é considerada injusta e não resolverá o problema. Fala-se em mais demissões. Poderá ser o caos.

Por outro lado, o governo não pode desistir da ação civil pública.

Hoje, a governadora Ana Júlia Carepa tomou uma decisão acertada. Orientou a Fundação Santa Casa a negociar um acordo com o Sindicato dos Médicos, a fim de encontrar uma solução que atenda aos interesses de ambas as partes, sem prejudicar os serviços oferecidos à população. Os médicos reconhecem que o hospital vem recebendo reformas estruturais importantes, inclusive com metas de implantação breve do novo centro radiológico e a construção da nova unidade materno-infantil.

Tomara que aconteça um entendimento. Pelo bem da nossa população mais necessitada.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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