Convido todos os amigos e interessados ao lançamento de meu novo livro, “Crônicas da Cidade Morena”, em seu quarto volume, através da Editora Amo, nesta quinta feira, a partir das cinco da tarde, na Livraria da Fox. O primeiro volume saiu há mais de vinte anos atrás, sob o patrocínio do Roxy Bar. Acho que comecei a escrever crônicas depois que Marcelino Freire, grande escritor e agitador cultural pernambucano me pediu contos para uma publicação. Eu nunca escrevera um conto, mas diante do desafio, fiz o trabalho e adiante, lancei nacionalmente o livro “Um Sol Para Cada Um”, pela Boitempo, somente com contos. As crônicas, inicialmente, vieram como um escape, uma diversão em contar “causos” abundantes em Belém, quase todos bem engraçados. As pessoas me contavam e eu ia acrescentando algumas coisas aqui e ali. Lembro que publiquei no jornalzinho Pleasure, da querida Rejane Barros. O segundo manteve a linha com, diria, um enriquecimento da linguagem, vindo do simples exercício. Li muitos cronistas em jornais do Rio e São Paulo que meu pai levava para ler em casa. Nelson Rodrigues, Rubem Braga, Carlos Eduardo Novaes, Luís Veríssimo, enfim, cada um em seu estilo. Aprendi que a crônica é algo leve, um recorte, um refresco na vida do leitor de jornal. E qualquer assunto serve, desde que com humor e alguma graça. Agora já não mais me reportava ao que me contavam, mas criava situações e as desenvolvia. No terceiro volume, único a ter capa diferente, pois saiu através da coleção “Pará de todos os versos, todas as prosas”, entregue pelo Diário do Pará, como brinde, a seus leitores, já escrevia com deadline, publicando todas as sextas feiras em uma coluna que intitulei “Cesta”. Fiquei feliz porque foi um dos livros da coleção a ter uma segunda tiragem, por conta do consumo. O quarto volume chega agora, com alguns contos ainda do tempo do “Diário” e outros publicados no Facebook. O que fazer durante uma pandemia que me manteve em casa, por mais de um ano? Escrever, claro. Mas uma vez reunidas as crônicas, com a fundamental ajuda do querido amigo Marcos Quinan, ele próprio um grande escritor, dei-me conta do quanto me revelara nesses escritos. Tendo deadline, o cronista se apega aos acontecimentos sazonais, quando lhe falta assunto. E refere-se às suas próprias experiências de vida, aproveitando para mostrar as diferenças de um tempo passado ou atual. Assim, há muito de minha infância e adolescência, fatos vividos por mim e meus irmãos, por conta de Natal, Ano Novo, Carnaval, férias de julho, Círio e outros. Declarações de amor ao Teatro, primeiros amores, grandes recordações. Fiquei inicialmente impressionado, pensando se deveria mostrar. Mas como não, se já estavam nos jornais e nas mídias sociais? É como trazer para sua intimidade, todos os leitores, eles sem a obrigação de contar suas vidas. É como se colocar em julgamento. Li o “Leque de Estrelas” do mano Edgar e fiquei emocionado ao lembrar eventos que já sabia, claro, mas que lendo me fizeram retornar a uma infância tão maravilhosa. Ambos, revelamo-nos aos leitores. O que dirão? Quanto à capa, agora mais notada pelo aumento no número dos “boizinhos de manga”, devo dizer que foi idéia minha, entregue ao mano Janjo para dar forma final, o que fez com o habitual brilhantismo. Os “boizinhos de manga” eram feitos por nós, irmãos, na Praça da República, nosso playground, uma vez que morávamos em frente. Revendo agora todas as capas, também percebo que desde o primeiro volume, revelo-me através da capa, no romantismo da infância. As “Crônicas da Cidade Morena”, uma homenagem ao meu avô Edgar Proença, que escrevia “Instantâneos da Cidade Morena”, saiu primeiro sob os auspícios da Lei Aldyr Blanc, através da Secretaria de Estado de Cultura. Agora, sai através da Editora Amo, que tem entre seus líderes, a grande cantora e designer gráfica Andréa Pinheiro. Espero vocês por lá.
*O artigo acima é de total responsabilidade do autor.
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