Sabe aquele cheirinho bom de comida de avó? Pois a Coordenadoria de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Coejai), vinculada à Secretaria Municipal de Educação participa da reunião da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência 2024, no Campus da UFPA, em Belém, com uma deliciosa mini mostra de saberes e sabores, um prato cheio de memórias, afetos e histórias que atravessam gerações.
O projeto “Alfabetização à Mesa”, coordenado pela Coejai, será apresentado neste dia 12, a partir das 18h, no palco Paneiro. Ele consiste no fortalecimento dos saberes populares como marcadores de identidades e portadores de conteúdos curriculares, na perspectiva de que esses saberes levem para a cena pedagógica elementos importantes de identidades sociais nas interações pedagógicas e, ainda, contribuam para a construção de um futuro sustentável e inclusivo.
Nesta mini mostra de sabores da Amazônia paraense participam oito unidades educativas.
Confiram as delícias que serão apresentadas pelas escolas e espaços de alfabetização:
EMEF Walter Leite Caminha: Maria de Belém;
EMEF Gabriel Lage da Silva: Açaizando a memória;
UP Nossa Senhora dos Navegantes: Chibé com charque na pá do remo;
EMEF Comandante Klautau: Bolo Predrégua Marajoara;
EMEIF Palmira Lins de Carvalho: Baião Paid’égua;
EMEF Paulo Freire: Sabores e Saberes da Ejai;
Espaço Paraíso dos Netos: Mojica de camarão;
Sítio do Alfabetizador: Camarão cozido na chicória com pirão.
A iniciativa de alfabetizar por meio dos sabores amazônicos, dialogando com a pedagogia de Paulo Freire, na qual a cultura dos sujeitos ocupa lugar fundamental, já gerou frutos plantados com a força da Ejai. São duas mostras de saberes e sabores, com envolvimento de estudantes e profissionais da educação da rede municipal de Belém, e o livro “Alfabetização à Mesa: aprendendo com os sabores amazônicos”, que tem como autores os professores Miguel Picanço e Carlos Santos, e mais dois livros assinados pelos estudantes e trabalhadores da Ejai, relatando experiências da participação deles na I Mostra de Sabores e Saberes.
Esse balaio de ensino e aprendizagem será compartilhado com os participantes da SBPC, com histórias perpetuadas por várias gerações expostas em cada prato da comida cabocla, com pitadas generosas de boas lembranças e saudades a gosto.
A Mostra de Sabores e Saberes da Ejai, desdobramento do projeto “Alfabetização à Mesa”, que utiliza a riqueza e a diversidade da cultura alimentar amazônica no cotidiano da sala de aula como tema gerador do processo de ensino-aprendizagem do “Movimento Alfabetiza Belém”, propõe valorizar e recontar afetividades a partir da comida cabocla amazônica, numa forte iniciativa de demarcação de identidade regional.
Outro aspecto importante é o fortalecimento do debate sobre sustentabilidade – em tempos de emergências climáticas e cidades resilientes – nas escolas da Ejai.
A Coejai também apresenta na SBPC a exposição “Comida Cabocla: identidade e pertencimento na Amazônia”, de cunho etnográfico que comunica, por meio de fotografias e de artefatos da cultura material alimentar, os modos de plantar, pescar, colher, comer e viver dos caboclos e caboclas que povoam as paragens ruais da Amazônia Atlântica paraense.
Nesta quarta-feira, 10, a partir das 18h, teve oficina “Tecendo sonhos e paneiros de Guarumã na EJAI ribeirinha”, ministrada pela oficineira: Joveli das Graças Cardoso, a querida Dona Cita, estudante da Ejai.
Comentários