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Um caso que chocou o mundo começou a ser julgado nesta segunda-feira, 2 de setembro, na cidade de Avignon, na França. Um homem aposentado, identificado como Dominique P., responde a acusação de recrutar online dezenas de homens para estuprar sua esposa, que era sedada sem o seu conhecimento, ao longo de uma década. O processo envolve cinquenta outros homens também acusados de participação nos abusos. A vítima, uma mulher de 72 anos, descobriu os crimes apenas em 2020, quando a polícia encontrou centenas de fotos e vídeos em que ela aparecia inconsciente e vulnerável. A investigação começou quando Dominique P. foi flagrado filmando por baixo da saia de mulheres em um shopping center. Ao analisar o computador do homem, a polícia encontrou registros de abusos vitimando sua esposa por setenta e dois homens, de idades entre 26 e 74 anos, dos quais cinquenta e um foram identificados.

As violações começaram em 2011 quando o casal vivia próximo a Paris e continuaram após mudarem-se para Mazan. Dominique P. os orquestrou utilizando uma plataforma (agora desativada) chamada coco.fr para recrutar os estupradores. Ele admitiu ter dado à esposa tranquilizantes como Temesta. A vítima era frequentemente encontrada em posição fetal, inconsciente, em sua própria casa, enquanto os crimes eram cometidos. O marido participava dos estupros, filmava e incentivava outros homens a participar, utilizando linguagem degradante, de acordo com os promotores. Nenhuma transação financeira ocorreu. Entre os acusados estão um operador de empilhadeira, um bombeiro, um empresário e um jornalista. Alguns eram solteiros, outros casados ou divorciados, e alguns com família. A maioria participou uma única vez, mas alguns retornaram até seis vezes.

A mulher, que compareceu ao tribunal acompanhada por sua filha e seus dois filhos, optou por não ter um julgamento a portas fechadas, e declarou querer visibilidade para o caso. Durante o julgamento, que deve se estender até o dia 20 de dezembro, pela primeira vez ela enfrentará visualmente a realidade dos horrores pelos quais passou. Dominique P. também responde a acusações por um estupro seguido de assassinato em 1991 e uma tentativa de estupro em 1999. Os peritos concluíram que ele não sofre de problemas mentais, mas sim de um desejo incontrolável de exercer poder absoluto sobre o corpo feminino.

Imagem: desenho do tribunal mostra o réu Dominique P. © Benoît Peyruck, AFP

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