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Hoje, exatamente às 8 horas, acordei sobressaltada por um carro som que, em altíssimos decibéis, convocava a população para um ato público no dia do julgamento do assassino de Nirvana Evangelista. Entendo e respeito a dor da família, apóio a mobilização para que o crime não fique impune, partilho da indignação e revolta por tantas vidas de mulheres ceifadas por namorados ou maridos que se acham donos de suas parceiras. Mas é também um ato de violência submeter quem vive dentro da lei e da ética ao choque de despertar com tal mensagem, em volume inaceitável. Aproveito este momento para propor uma reflexão a marketeiros, políticos, comerciantes e exibicionistas que torturam os outros com seus jingles, discursos, mensagens, anúncios e “músicas” (!) em volume insuportável ao ouvido humano. Percebam que esse tipo de ação causa revolta e não adesão. Respeitem o direito dos que trabalham a semana inteira e nem no domingo conseguem dormir sem os limites do horário de expediente. Pensem em quantos bebês choram, assustados, em quantos idosos são arrancados de seus sonhos, em quantos doentes que, além da dor que os consome, são submetidos a mais uma aflição. Quem, verdadeiramente, quer o desenvolvimento social e humano, deve começar observando os direitos de cidadania e civilidade.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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