Chefe da Casa Civil recebe demandas marajoaras

Lideranças do Movimento do Porto da Foz do Rio Camará – dentre as quais o vereador Baixo Angelim, de Salvaterra; a vereadora Amanda Dias, de Soure; o professor e jornalista Dário Pedrosa e Joseane Rabelo – conversaram nesta sexta-feira, em Belém, com o Chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Luiziel Guedes. A reunião foi agendada pelo deputado estadual Fábio Filgueiras, a pedido do vereador Baixo Angelim. Os marajoaras querem agilizar as respostas acerca das reivindicações quanto à situação do transporte fluvial para o arquipélago do Marajó, após o trágico naufrágio ocorrido em 8 de setembro, às proximidades da ilha de Cotijuba.

O diálogo na Casa Civil foi considerado produtivo e cordial. Em pauta, o cumprimento dos acordos feitos durante as manifestações pós naufrágio com o secretário de Transportes, Adler Silveira, e a Arcon – Agência de Regulação e Controle de Serviços: situação das empresas Arapari e Banav, legalização das empresas Transmarajó e Navegação Ferreira, garantia do navio para a linha da Foz do Rio Camará, legalização de empresas para atender a zona ribeirinha de Cachoeira do Arari e garantia do respeito à gratuidade constitucional em todas as linhas da região.

O secretário Luiziel Guedes recebeu as lideranças e ouviu atentamente as demandas. Em seguida, explicou que qualquer alteração no transporte intermunicipal de cargas e passageiros necessariamente precisa ser baseada em estudos técnicos e instrumentos legais. De pronto, declarou que o Governo do Pará não abre mão de garantir o cumprimento de todos os direitos aos usuários, como as gratuidades constitucionais, o conforto, a eficiência e a segurança do transporte, que é público mesmo terceirizado, e que precisa ter fiscalização rigorosa. Luiziel Guedes convidou o titular da Setran, Adler Silveira, e o presidente e o diretor de fiscalização da Arcon para uma reunião na segunda-feira de manhã, a fim de que socializem os estudos técnicos que foram prometidos aos marajoaras, assim como as providências legais necessárias a garantir a oferta de embarcações em número suficiente para atender a demanda e em condições adequadas. Em seguida, o Chefe da Casa Civil informará ao governador Helder Barbalho, que já está retornando do Egito.

Na próxima terça-feira, como de costume, Luiziel Guedes irá à Assembleia Legislativa atender aos deputados e já poderá levar novas informações ao deputado Chicão, presidente da Alepa, e ao deputado Fábio Filgueiras, a respeito da questão.

São muitas e antigas as reclamações pela insuficiência de ferry boats, navios e lanchas na rota do Marajó, o que resulta em superlotação e naufrágios frequentes. Os marajoaras não aceitam mais a Arapari, que opera há cerca de meio século e jamais investiu na melhoria da qualidade do serviço. Denunciam que a empresa não concede as gratuidades constitucionais, cobra passagens até de bebês e idosos, e que as embarcações são obsoletas, imundas, desconfortáveis e lentas, o que causa atrasos e acidentes sistemáticos, com perda de vidas e incontáveis danos materiais, nunca indenizados, gerando a consequente indignação da população.

Já a Banav opera há 16 anos e só há três registros de incidentes, nenhum naufrágio ou incêndio, nenhuma vítima. Conforme testemunhos de passageiros frequentes e idôneos, cumpre os horários, nunca deixou os usuários à deriva e faz o trajeto em menor tempo. Trata-se de catamarã ideal para navegação em águas turbulentas, com dois cascos (se um for totalmente danificado o outro mantém a flutuação), confeccionado em material composto, isento de oxidação, piso antibacteriano, 139 lugares, dois motores de 600HP, climatizado, silencioso, veloz, limpeza impecável e uma tripulação bem treinada. A embarcação possui todas as certificações exigidas pela Capitania dos Portos e Arcon e realiza a travessia do Camará, em Salvaterra, com vento e maré a favor, em 1h28 até Belém, e de Belém ao Camará, contra a maré, em 1h40 (confiram o vídeo).