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A jovem publicitária Melissa Barra foi com o marido, Arthur, ao Teatro da Paz assistir à peça “Histeria”, ontem à noite. O casal se acomodou na plateia. O espetáculo começou às 18h30, e o que deveria ter sido um programa cultural leve e divertido quase se transforma em tragédia, tudo por conta da falta de civilidade dos que não conseguem se deleitar com a arte mesmo em um verdadeiro templo como é o lindo TP. Dez minutos depois de começar a peça  despencou – de uma altura de seis metros – um celular na cabeça de Melissa, cuja visão escureceu e, quando ela levantou a cabeça, estava coberta de sangue. Seu marido a retirou da plateia e começou a gritar por ajuda. Os funcionários do teatro acudiram, colocaram-na sentada numa cadeira no hall de entrada e limparam seu rosto com papel toalha, enquanto aguardavam uma ambulância. 

Nesse ínterim,  a dona do celular, Miss Mocajuba, candidata ao Miss Pará, desceu de seu camarote e, sem prestar socorro ou manifestar qualquer preocupação com o que tinha causado, exigiu o smartphone, que tinha sido guardado pelo marido da vítima como forma de identificar a autora da lesão corporal. Arthur disse que só devolveria quando ela mostrasse sua identidade. A bonita não quis se identificar e chamou um homem que, apresentando-se como coordenador do Miss Pará, desceu até o hall, ofendeu Melissa e Arthur, dizendo que ela estava fazendo teatro e deveria ficar no palco e, quando a ambulância chegou, protagonizou o maior barraco: arrancou a camisa e torceu o pé de Arthur, não deixava a ambulância sair, e dois policiais  militares sentados na praça da República assistiam a tudo sem mover um músculo, até que o médico da ambulância interveio e gritou pelos dois, só então conseguiram o RG da miss e puderam ir embora.

Melissa foi  levada para o hospital da Unimed, fez tomografia, levou pontos na cabeça e o traumatologista falou que, se tivesse sido atingida três centímetros mais para trás, sofreria grave traumatismo craniano e, fosse numa criança, teria ido a óbito. Ela já registrou BO e foi submetida a exame de corpo de delito. Testemunhas não faltam.

Os artistas e a direção do teatro são incansáveis em mensagens educativas, pedindo que todos guardem seus celulares. Não bastasse o incômodo dos toques, as conversas inconvenientes e os flashes indevidos, agora até risco de morte os frequentadores correm, pela barbárie dos que não têm um mínimo de educação e bom senso. 
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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