A prisão preventiva do general Braga Netto neste sábado (14), não por acaso um dia depois da data do AI-5 e no aniversário da ex-presidente do Brasil e atual presidente do banco dos Brics Dilma Rousseff, é uma bomba cujos estilhaços podem atingir ainda muitos figurões da política brasileira. Braga Netto era vice de Jair Bolsonaro (PL) na chapa derrotada em 2022. General da reserva do Exército, ele também foi ministro da Casa Civil e da Defesa do governo Bolsonaro. Trata-se da primeira vez na história nacional que um general de 4 estrelas é preso. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, deu o aval do Ministério Público Federal para a ordem do ministro do STF Alexandre de Moraes, cumprida pela Polícia Federal. A defesa do general ainda não se pronunciou.
Em novembro, a PF indiciou Braga Netto, Bolsonaro e outros nomes do governo passado por tentativa de golpe de Estado e outros crimes. É acusado de ser o mentor de golpe de Estado, sob comando de Bolsonaro; de coordenar ações ilícitas executadas por militares com formação em Forças Especiais (os “kids pretos”); de entregar dinheiro (em uma sacola de vinho) para financiar as operações; de tentar obter dados sigilosos do acordo de colaboração de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; de tentar controlar as informações fornecidas e alinhar versões entre os investigados; e de coordenar ações clandestinas para tentar prender e executar o ministro Alexandre de Moraes. Especula-se que se os militares optarem pela delação Bolsonaro será preso.
Também foram cumpridos pela PF hoje dois mandados de busca e apreensão e uma cautelar diversa da prisão contra indivíduos que estariam atrapalhando a livre produção de provas durante a instrução processual penal.
Foto de Marcos Corrêa/PR
Comentários