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Passados mais de dois anos do naufrágio do navio Haidar, com cinco mil bois vivos e 700 mil litros de óleo, o berço para embarque de carga viva do porto de Vila do Conde, em Barcarena(PA), continua interditado e sequer há previsão de data para a retirada da carcaça do navio. Depois de várias ações judiciais, o Ministério dos Transportes assumiu a remoção, a um custo de R$60 milhões, e a licitação foi anunciada. Mas só quando houver a efetiva liberação do dinheiro será iniciado o içamento do navio, processo que demora entre seis e oito meses. Tem mais: o berço não será liberado num prazo menor que três anos, já que também serão necessárias obras de limpeza, adequação, dragagem e outras, para que o problema seja definitivamente resolvido. Ou seja: no mínimo, serão seis anos de prejuízos acumulados – perdas efetivamente sofridas e o que se deixou de ganhar. 

Em 6 de outubro de 2015, o naufrágio ocasionou a morte da carga viva mediante intenso sofrimento, poluiu as águas e as praias com os animais mortos e vazamento de óleo, bem como espalhamento de feno, causando intenso dano ambiental e, ainda, riscos e danos à saúde humana. Um desastre social e ambiental de proporções catastróficas. E até agora as comunidades afetadas diretamente e o Pará como um todo não foram indenizados.
Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, presidente da Academia Paraense de Jornalismo, membro da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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