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O Hospital Universitário João de Barros Barreto, que integra o Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará, reabriu as portas de sua brinquedoteca com mais cores e sorrisos, oferecendo um refúgio de alegria e aprendizado para os pequenos internados. No Dia Mundial da Infância, celebrado nesta sexta-feira (21), a sociedade é lembrada de que toda criança tem o direito de brincar, inclusive aquelas que enfrentam doenças graves.

O Estatuto da Criança e do Adolescente assegura o direito de brincar, praticar esportes e se  divertir. A Constituição também destaca que é dever da sociedade e do Estado garantir, com prioridade, os direitos à vida, à saúde, à educação e ao lazer. A Declaração Universal dos Direitos da Criança da ONU, desde 1959 reforça esse direito.

A terapeuta ocupacional Manuella Azevedo, do Barros Barreto, explica que a brincadeira é essencial para que a criança explore o mundo e desenvolva habilidades motoras, cognitivas, emocionais e sociais. No entanto, em casos de internação, esse direito fundamental pode ficar comprometido. “O paciente infantil chega com a rotina interrompida, e sua principal ocupação, que é o brincar, fica fragilizada. Isso gera prejuízos psicoemocionais, como ansiedade, medo e frustração, além de impactos neuromusculares e cognitivos decorrentes da privação ocupacional”, relatou. Para a profissional, a brincadeira vai além de uma simples distração: é uma forma de tratamento que auxilia no progresso do paciente. “A brinquedoteca vem no sentido de garantir a ocupação, que é indispensável para o desenvolvimento da criança. No espaço, ela expressa suas emoções, lida melhor com o estresse da internação e mantém um desenvolvimento saudável, mesmo diante das adversidades”, ressalta.

Antes situada na área externa do hospital, a estrutura foi reformulada e agora funciona no segundo andar do HUJBB. “Observamos que, quando a criança chega a nós costuma estar assustada e, muitas vezes, evita a aproximação da equipe. Com as atividades lúdicas, ela acaba se abrindo aos poucos, enquanto aquela tensão vai diminuindo”, comenta a psicóloga hospitalar Emily Castro.

Para frequentar a brinquedoteca, a criança deve estar clinicamente estável e autorizada a sair da enfermaria. Quando isso não é possível, como em casos de isolamento, as atividades são adaptadas e realizadas no leito do paciente, seguindo todas as normas de segurança para garantir o acesso ao momento recreativo. Já para manter o espaço higienizado e seguro, os profissionais orientam as crianças a lavarem as mãos com água e sabão, evitando a infecção cruzada (transmissão de microrganismos de uma pessoa para outra ou de um objeto para uma pessoa). Ao final de cada atividade, os brinquedos são separados e higienizados com álcool a 70%. Além disso, eles são organizados por categorias, conforme a faixa etária das crianças.

O CHU-UFPA faz parte da Rede Ebserh desde 2015. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do SUS ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação. 

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