Publicado em: 13 de maio de 2025
No histórico bairro do Reduto, em que há sítios arqueológicos e históricos de Belém do Pará, carretas trafegam pelas ruas estreitas destruindo o pavimento e comprometem a estrutura das edificações, que não suportam tráfego pesado. Todos os galpões que ficam na lateral esquerda da rua Gaspar Viana, entre a Benjamin Constant e Visconde (Doca) de Souza Franco, estão prestes a ruir. Já não têm telhados e nem paredes internas, só a fachada, cujo inclinamento é visível, mas o poder público não enxerga. Até quando acontecer uma tragédia que se anuncia.
O Colégio Santo Antonio, um dos mais tradicionais da cidade, com mais de 140 anos de história, tem que conviver com o acúmulo de lixo diariamente. A prefeitura informou que recolheria todos os dias entre 17h e 19h. A escola faz o descarte nesse horário, mas com a demora, moradores de rua, recicladores e também cães rasgam as sacolas. Quando o carro coletor passa, recolhe apenas o que está no saco e diariamente as crianças são obrigadas a se esgueirar entre o lixo fétido espalhado. Na semana passada havia restos de carne, hoje (13) despejaram quase uma saca de caranguejos. Quando chove, os detritos entopem os bueiros e alagam as ruas.
Isso acontece no bairro inteiro, que é o menor de Belém e deveria ser modelo. Aliás, o prefeito Igor Normando prometeu em campanha que seria.
No canal da Praça Magalhães, antiga Doca do Reduto, esquina com a Rua da Municipalidade, pessoas em situação de rua que consomem entorpecentes e usam facas aterrorizam as famílias que moram na vizinhança, reféns em suas próprias residências.
Apesar da localização nobre, não são poucos os assaltos e arrombamentos no bairro, furtos de hidrômetros e de fiação elétrica e telefônica, além de invasões dos casarões desabitados. Nos que ficam na Av. Assis de Vasconcelos todas as telhas, móveis e utensílios já foram pilhados. Moradores dos prédios vizinhos assistem a tudo assustados com a desenvoltura e a certeza da impunidade. Ante os gritos de “pega, ladrão!” e “polícia!”, ainda são ameaçados pelos bandidos. A proximidade do Quartel Tiradentes, que sedia o 2º BPM e quatro companhias da Polícia Militar em nada inibe a bandidagem. Até os usuários de ônibus na parada ao lado do quartel são rotineiramente assaltados.
A poluição sonora é outro terror. As boates Vitrine, na Trav. Quintino Bocaiúva, entre as ruas Tiradentes e Aristides Lobo; e Exclusive Club, na Trav. Piedade entre as ruas Tiradentes e General Gurjão, há anos perturbam o sossego público, com seus frequentadores gritando, brigando e dando tiros madrugada adentro na rua, até o sol raiar, sem qualquer providência da Delegacia do Meio-Ambiente e nem da PMPA. No início deste ano, um frequentador da Exclusive saiu de lá bêbado, atropelou um motociclista e fugiu. N’outro final de semana três frequentadores da boate brigaram na rua às 6h da manhã, com muitos gritos. A vizinhança acionou a polícia. Três viaturas e seis policiais militares foram para lá e fizeram absolutamente nada. Em determinado momento um segurança socou um dos bêbados, que reagiu, e todos os seguranças jogaram o sujeito para dentro da Exclusive e depois de vários minutos a mulher dele o tirou de lá enxugando o sangue no rosto com uma camisa. Isso está registrado em vídeos. O som é altíssimo, vaza pelas paredes sem proteção acústica adequada, e ainda por cima a Exclusive instalou um telão em plena calçada, e seus frequentadores cafonas ficam ocupando a rua. Para agravar ainda mais, há um personagem que vai de moto com escapamento adulterado e fica acelerando na rua entre 3h30 e 4h30, com o claro intuito de infernizar a vizinhança. Fazem ‘rolês” e “rachas” na Assis de Vasconcelos. Ninguém dorme no perímetro. Cidade sem lei?!






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