“Uma “Unidade de Saúde” tem todo um protocolo de serviços de saúde curativa e preventiva: de atendimento médico-ambulatorial; de apoio diagnóstico; de higiene e saúde bucal; de aconselhamento em nutrição; de assistência social; de apoio psicológico, social e ocupacional; de controle da hipertensão e diabetes; de controle de endemias; de suporte operacional aos programas de imunização; etc.
Quando todo este conjunto funciona bem, as demandas do bairro (e de outros locais) são atendidas, porque uma coisa influencia em outra e todas promovem saúde e bem estar. O que vem acontecendo com as nossas unidades – e a imprensa não divulga – é a depreciação geral do conjunto, o que causa sim, grande aumento de demanda no ambulatório médico.
Quando os governos desprezam o atendimento básico, remetem o problema para um patamar de agravos de problemas que podem sim ser controlados numa boa unidade de saúde. Se um paciente com suspeita de dengue ao chegar é atendido pelo médico e faz exames laboratoriais básicos “in loco”, descobrindo-se precocemente que suas plaquetas estão drasticamente diminuídas, é um caso a ser tratado a partir deste momento, não devendo esperar para retornar só depois que a crise hemorrágica se instala. Não adianta fazer apenas o exame específico de dengue (de grande valor ao estudo epidemiológico), cujo resultado leva três semanas e só é entregue na residência deste quando já está curado ou morto.
Outro grande problema da saúde pública – principalmente dos serviços médicos de urgência, é a proliferação e o prolongamento de festas e bebedeiras até o sol raiar, quando então os PSMs ficam lotados de imprudentes vítimas de suas irresponsabilidades e valentias. Lei já tem para regular as festas, mas ninguém cumpre.
Em minha opinião, as unidades básicas de saúde deveriam ser bem equipadas e até com serviços que ainda não constam no protocolo.”
(Leitor do blog, em comentário pertinente ao post Caso de Polícia).