
Muito orgulho de Atalla Ayan, o primeiro e único paraense a estrelar uma ópera no Metropolitan Opera House, a casa lírica mais importante das Américas e uma das mais prestigiadas do mundo, ao lado de ninguém menos que Placido Domingo, e interpretando Alfredo Germont em La Traviata, personagem que o grande tenor espanhol, músico e maestro, lenda viva da música erudita, cantou a vida inteira. É um feito extraordinário e uma grande honra para o Brasil inteiro, tão bem representado pelo tenor parauara. Afinal, só ele e mais três brasileiros cantaram em papéis principais nesse palco, entre eles a lendária Bidu Sayão.
Atalla estreou a temporada no MET na quarta-feira dia 29 de março, numa das mais importantes óperas de Giuseppe Verdi, com libreto de Francesco Maria Paive, baseada no romance de Alexandre Dumas Filho, A Dama das Camélias, cuja estreia mundial foi em Veneza, em 1853. A ação decorre na Paris do século XVIII e tem como protagonista Violeta Valery, cortesã famosa que acaba por se apaixonar por Alfredo Germont, o papel de Atalla. A temporada encerrou ontem à noite.
Em maio, também no MET, Atalla assume o papel de Christian em “Cyrano de Bergerac”, de Franco Alfano. Tem mais “La Traviata” na agenda de Atalla: em junho, dessa vez no Covent Garden e, em setembro, ele atua na Ópera de São Francisco. Atalla ainda estrelará este ano uma nova produção de “La Bohème” na Ópera de Paris, com regência de Gustavo Dudamel.
Acostumado a se apresentar nos palcos mais famosos da Europa e dos Estados Unidos, Atalla Ayan fez seu début no La Scala de Milão e na Bayerische Staatsoper com “O elixir do amor,” de Donizetti. Na Royal Opera House, cantou “La Rondine”, de Puccini, com Angela Gheorghiu, e rodou a Europa em turnê de concertos com a soprano. Ao lado da pianista paraense Marília Caputo, que mora em Nova Iorque, cantou no emblemático Carnegie Hall. Os dois vão se apresentar juntos, de novo, no próximo domingo, dia 23, no Holy Trinity Lutheran Church, também em NYC. Titular do elenco fixo da Ópera de Stuttgart, na Alemanha, Atalla é cidadão do mundo, espalhando arte pelo planeta. É uma alegria acompanhar sua brilhante carreira desde que, ainda muito jovem, cantava no coro criado pelo maestro Vanildo Monteiro para o Festival de Ópera do Theatro da Paz, em Belém do Pará.
Na memorável noite de ontem, Gabriella Florenzano teve o privilégio de aplaudir Atalla Ayan e Placido Domingo e registrar esse momento ímpar.
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