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Depois de três dias, o incêndio que atingiu parte das matas da Área de Proteção Ambiental do Morro Saubal foi controlado, em Santarém (PA). Os moradores da região foram decisivos no combate ao fogo, carregaram água de suas casas e em pequenos carros, para ajudar o Corpo de Bombeiros e o pessoal da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, que investiga a autor do crime ambiental, visto que aparentemente o fogo foi provocado.

Interessante que apesar de ser uma APA, não se vê mobilização pra impedir os invasores.

O titular da Semma, João Paiva, explicou que ontem à noite as equipes precisaram parar por conta do terreno acidentado e das muitas cobras jararacas que habitam o local.

A área é extremamente complexa para fazer uma intervenção, e todo o combate foi executado de forma manual, usando bombas costais e abafadores. Há vários pontos de queimadas. O esgotamento físico é enorme dos militares, pelas altas temperaturas e fumaça.

O Mirante do Saubal não é apenas um ponto turístico, é uma fonte de renda para famílias e um espaço de lazer para todos. A Serra do Saubal está entre os sítios arqueológicos mais antigos da região. O local está registrado no Cadastro Nacional de Sítios Arqueológicos e tem área de 60 mil metros quadrados. A existência do sítio está registrada desde a passagem de Curt Nimuendajú, um etnólogo alemão que percorreu o Brasil no início do século XX. Dentre as características do local, uma delas é a visão 360 graus, dá para ver as serras ao sul, rios Arapiuns, Tapajós, Amazonas e Curuá-Una. Em 2009, foi registrado como sítio Serra da Embratel, em parceria com a universidade de Gotemburgo, da Suécia. O sítio foi reconhecido por meio da arqueóloga Denise Schaan, professora da Universidade Federal do Pará falecida em 2018, que registrou o sítio em 2010. O Morro do Saubal é onde ficava a antiga Torre da Embratel.

O prefeito Nélio Aguiar inaugurou, este ano, um grande mirante naquela APA.

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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