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O Brasil já ganhou três medalhas – bronze para a “fadinha” Rayssa Leal no skate, a atleta mais nova da história a subir no pódio em duas Olimpíadas diferentes, bronze para a “braba” Larissa Pimenta no judô, e prata para Wilian Lima, também no judô –, porém o assunto mais comentado é a expulsão da nadadora Ana Carolina Vieira pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) em razão de incidentes de indisciplina.

Segundo Gustavo Otsuka, chefe da natação, a decisão de levar o caso à comissão disciplinar foi tomada após a nadadora contestar agressivamente as mudanças na equipe de revezamento: “A única forma que a gente colocou sobre a agressividade foi durante as conversas sobre as mudanças no revezamento. Foi nesse momento e nesse período que achamos por bem levar à comissão disciplinar essa situação e as condições dentro do que o próprio regulamento exige”. Ana Carolina e Gabriel Santos, também nadador e seu namorado, foram advertidos por saírem da Vila Olímpica sem autorização prévia, uma violação das normas de segurança que exigem notificação antecipada para qualquer saída. A infração foi descoberta através das postagens nas redes sociais dos atletas e os dois aceitaram a punição inicial. O comportamento de Ana, que segundo as informações da COB, reagiu de forma desrespeitosa e agressiva às mudanças na formação do revezamento 4×100 metros livre, quando a comissão técnica decidiu retirar a nadadora Maria Fernanda Costa da prova para que se concentrasse em sua competição individual dos 800m livre (na qual Mafê tem maior probabilidade de conquistar uma medalha) foi o que motivou o seu desligamento da delegação.

Este não foi o primeiro caso disciplinar de Ana Carolina Vieira, que se envolveu em uma briga com Jhennifer Conceição durante o Troféu Brasil de 2023, caso que chegou à Delegacia de Boa Viagem e ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) afirmou que a ocorrência anterior não foi considerada na decisão atual. O Esporte Clube Pinheiros, onde a atleta treina, emitiu uma nota sobre o ocorrido expressando confiança na participação de seus atletas nos Jogos Olímpicos e atestando que irá aguardar o retorno de Ana Carolina ao Brasil para prestar esclarecimentos. Nas redes sociais, durante uma escala em Portugal, já a caminho do Brasil, a nadadora se manifestou afirmando que provaria sua inocência. Em um video, comentou sobre ter perdido acesso a tudo imediatamente após ter sido informada de sua expulsão e que, num primeiro momento, inclusive foi negada a comuniação com o psiquiatra da equipe. Ela também disse já ter feito uma denúncia de assédio sexual dentro da seleção brasileira, que foi ignorada pelo órgão esportivo. “Graças a Deus, eu vou provar que não tive má conduta nenhuma”, afirmou, prometendo um pronunciamento sobre o caso depois que conversar com seus advogados.

A atleta brasileira não foi a única a ser mandada para casa por motivos disciplinares nestas Olimpíadas. Shoko Miyata, de 19 anos, capitã da equipe feminina de ginástica artística do Japão, foi retirada dos Jogos Olímpicos de Paris após violar o código de conduta ao ser flagrada consumindo bebidas alcólicas e fumando (no Japão,a idade legal para beber e fumar é 20 anos, apesar da maioridade ser aos 18). A Associação Japonesa de Ginástica (JGA) informou, na última sexta-feira, que a atleta nem chegou a ir para Paris, e que embarcou para o Japão diretamente do campo de treinamento da equipe em Mônaco, onde ocorreu a violação. Mutsumi Harada, treinador da atleta, explicou que, embora a conduta de Miyata tenha sido imprudente, ela estava sob uma pressão extrema para se apresentar no mais alto nível: “ela estava passando os dias realmente sobrecarregada com tanta pressão,” disse ele enquanto enxugava as lágrimas. “Eu imploro que as pessoas compreendam isso.”

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