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O alto rio Mapuera, originalmente de águas límpidas em meio a um cenário paradisíaco, está tomado por águas barrentas de origem desconhecida. O possível desastre ambiental foi denunciado ao Ministério Público Federal pela Associação dos Povos Indígenas do Mapuera – APIM e pela Associação Indígena Kaxuyana, Tunayana e Kahyana – AIKATUK, representantes dos indígenas que vivem às margens dos rios Mapuera, Trombetas, Cachorro e Turuni, no município de Oriximiná(PA), nas Tis Nhamundá-Mapuera, Trombetas-Mapuera e Kaxuyana-Tunayana, do chamado território Wayamu. A poluição foi detectada no sábado (28), por volta de 13h, por indígenas que habitam a aldeia Bateria, e afeta também as muitas comunidades quilombolas e ribeirinhas.

Uma grande mancha já era visível desde anteontem no rio Mapuera, em Roraima e no Suriname, e se espalha em direção ao rio Trombetas. As imagens foram feitas por indígenas e a Secretaria de Meio Ambiente de Oriximiná já acionou o Ministério Público Estadual, o Ministério Público Federal, o ICMBIO, o Ibama e a Polícia Federal. Especialistas foram deslocados pela Mineração Rio do Norte para avaliar o acontecimento e seus danos à potabilidade das reservas hídricas. As primeiras informações dão conta de que teria havido desmoronamento natural de um enorme barranco, pelo fenômeno das terras caídas, comum na Amazônia. Porém há fortes suspeitas de que uma tragédia ambiental esteja em curso, consequência da queda de uma barragem de garimpo em terras indígenas ou em seu entorno, já que recentemente foram vistas pelos indígenas aeronaves sobrevoando justamente a área afetada.

A poluição do rio Mapuera nas proporções demonstradas nas fotos e vídeos, além dos relatos dos indígenas, compromete o acesso à água, contamina os peixes e coloca em situação de grave risco os povos indígenas que habitam as aldeias Tawaná, Yawará, Peewu, Pasara, Mapium, Parumiti, Kwanamari, Inajá, Takara, Paraíso, Placa, Mapuera, Pmkuru, Tamyuru e Bateria. A Prefeitura de Oriximiná montou uma força-tarefa para levar ajuda humanitária (água e cestas de alimentos) aos indígenas, que estão passando sede e fome. A situação é grave.

Leiam a íntegra do documento dos povos indígenas ao MPF denunciando o acontecimento e pedindo providências urgentes tanto na apuração da causa quanto na adoção de medidas emergenciais pela FUNAI e SESAI destinadas a garantir a saúde da população.

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