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Aos 98 anos de idade, João Laurentino da Silva – o elétrico Mestre Laurentino -, que fez história na música brasileira, virou lenda neste sábado, 21, em sua residência, na travessa Barão do Triunfo, no bairro da Sacramenta, em Belém do Pará. Era o roqueiro mais antigo do Brasil e completaria 99 na virada do ano.

A trajetória de Mestre Laurentino inspira a cena cultural parauara. Nascido no dia 1º de janeiro de 1926 em Ponta de Pedras, no arquipélago do Marajó, compositor e instrumentista, gerou 27 filhos, tinha música na veia, esbanjava alegria, sabedoria e gingado. Sua composição mais conhecida, Lourinha Americana, foi gravada até por Gilberto Gil e Mundo Livre S/A. Ele estourou nas paradas de sucesso com essa música em 4 de abril de 1998, em Belém, no festival Rock 6 Horas, no Mercado de São Brás, aos 72 anos, em meio a jovens roqueiros, sempre com suas roupas coloridas, cheio de anéis e a sua gaita inseparável. Nesse dia o estiloso idoso não aguentou fazer parte da plateia. Foi ao organizador do evento, o empresário e produtor cultural Ná Figueiredo, e disse que gostaria de tocar no festival. A banda Mangabenzo era a próxima a se apresentar, os integrantes toparam e o levaram para o palco. Quando Laurentino tocou Loirinha Americana o público delirou. A partir daí a banda Mangabenzo o acolheu e acompanhou em shows, e depois alguns integrantes formaram com ele o Coletivo Rádio Cipó & Mestre Laurentino, que incluiu Dona Onete. Gravaram o disco ‘Formigando na Calçada do Brasil’, em 2005, rodaram o país divulgando esse trabalho feito no bairro da Pedreira com gravações caseiras e utilizando a música eletrônica com a Web 2.0, que permitia o compartilhamento de arquivos, e chegaram até na Europa.

Vá em paz e na luz, Mestre Laurentino!

Franssinete Florenzano
Jornalista e advogada, membro da Academia Paraense de Jornalismo, da Academia Paraense de Letras, do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, da Associação Brasileira de Jornalistas de Turismo e do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós, editora geral do portal Uruá-Tapera e consultora da Alepa. Filiada ao Sinjor Pará, à Fenaj e à Fij.

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